Irã diz que Ocidente transforma Oriente Médio em terroristas
Como exemplo, Rouhani citou as intervenções militares no Afeganistão, no Iraque e na Síria. Para o presidente do Irã são os países da região que devem combater os grupos fundamentalistas. “A experiência da criação da Al Qaeda, do Talibã e de outros grupos extremistas mostram que não se pode usar grupos fundamentalistas para combater um Estado adversário, sem se intimidar com as consequências de um extremismo mais amargo”.
Rouhani ressaltou que, se a coalizão liderada pelos Estados Unidos, para enfrentar o Estado Islâmico, tiver o objetivo de manter a hegemonia ocidental sobre a região cometerá mais um erro, que continuará alimentando o ódio e a islamofobia. Para ele, a democracia não pode ser importada e, para consegui-la, da mesma forma como para acabar com o extremismo, deve-se impulsionar a Justiça e o desenvolvimento.
“Sempre consideramos que a democracia não poderia ser imposta do exterior (…) não é um produto comercial que possa ser exportado do Ocidente para Leste”, disse Rouhani. “Quando os generais irrompem numa região, não esperam que sejam calorosamente recebidos pelos diplomatas. Quando a guerra começa, a diplomacia termina. Quando as sanções são impostas, aumenta o ódio sobre quem as aplica”, acrescentou o presidente do Irã, país que permanece sujeito a sanções devido às desconfianças das grandes potências sobre seu programa nuclear.
Em relação a este tema, Rouhani disse que seu país está determinado a prosseguir as negociações sobre seu programa nuclear, na expectativa de que um acordo seja concluído em curto prazo. Apesar disso, observou que as sanções constituem um impedimento para cooperações de longo prazo. Grandes potências e Israel acusam o Irã de promover clandestinamente, camufladas pelo programa nuclear civil, atividades destinadas à fabricação de bombas atômicas, o que o governo do país nega.