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Atirador enviou fotos e vídeos das vítimas

Depois de matar suas duas primeiras vítimas, e antes da morte das outras 30, o estudante Cho Seung-Hui enviou um pacote para a emissora de TV americana NBC. Nele, havia vários documentos, entre textos, fotos e vídeos, em que Cho dizia que “isso não precisava ter acontecido”. As informações, assim como parte do material, foram divulgadas pelo site de notícias da emissora, o MSNBC.

No vídeo, que foi divulgado pela NBC nesta quarta, Cho disse que foi “encurralado” e acusou seus colegas de terem as mãos “manchadas de sangue”.

“Havia centenas de bilhões de opções e maneiras para evitar o que aconteceu hoje”, afirma em uma das 29 fitas de vídeo que enviou para a NBC, junto com cartas e fotos.

“Mas vocês decidiram derramar meu sangue. Vocês me encurralaram e me deixaram apenas uma opção. Agora têm suas mãos manchadas de sangue para o resto de suas vidas”.

Para o superintendente da polícia estadual da Virgínia, Steven Flaherty, a correspondência pode ser “um componente novo e essencial para a investigação”.

O superintendente revelou ainda que o estudante já tinha sido abordado pela polícia universitária em 2005, por denúncias de que estava importunando algumas alunas, e chegou a ser enviado para uma instituição de saúde mental por causa de tendências suicidas. “Não estou dizendo que fossem ameaças. Estou dizendo que incomodavam. Foi assim que as vítimas as descreveram”, disse o chefe da polícia universitária, Wendell Flinchum, numa entrevista coletiva.

As novas informações ajudam a compor o perfil de Cho Seung-Hui. Estudantes e professores o descrevem com um rapaz solitário e perturbado, cujos textos no curso de inglês eram tão cheios de violência e desilusão que assustaram quem os leu.

Depois do segundo incidente o companheiro de quarto de Cho disse à polícia que ele “poderia ter tendências suicidas”, fazendo com que a polícia emitisse uma “ordem de detenção temporária” e o enviasse a uma instituição de saúde mental para uma avaliação, disse Flinchum. As autoridades não disseram quanto tempo essa avaliação durou. “Não tivemos nenhum contato com ele depois de dezembro de 2005, que eu saiba”, afirmou o chefe de polícia.

Cho imigrou para os Estados Unidos com sua família há 15 anos e foi criado nos subúrbios de Washington D.C. Ele usou correntes para trancar as salas de aula da universidade por dentro e foi matando as vítimas uma a uma.

O governador da Virgínia, Tim Kaine, disse que vai nomear W. Gerald Massengill, que chefiou a Polícia Estadual de Virgínia na época dos ataques de 11 de setembro de 2001 e dos ataques de uma dupla de atiradores em 2002, para analisar a reação da universidade ao incidente. A análise foi pedida pela própria universidade.

*Com informações da Reuters, EFE e AFP

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