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Montadoras de veículos suspendem contratos de trabalho para evitar demissões

Montadoras de automóveis da região do ABC Paulista adotaram medidas para reduzir custos com trabalhadores, sem promover demissões. Em seu último levantamento, divulgado no mês passado, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) estimou que 25 mil trabalhadores do setor estão com contratos de trabalho suspensos, no chamado sistema de lay off.

De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos, na Volkswagen, em São Bernardo, 2.357 trabalhadores da Fábrica Anchieta terão, a partir de segunda-feira (6), os contratos suspensos por cinco meses. Dados do sindicato indicam que a Volkswagen tem 221 funcionários em esquema de lay off desde 1º de junho. Pela medida, os trabalhadores recebem salários integrais, metade paga pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e metade pela empresa.

Segundo o sindicato, além de adotar o lay off, a Volkswagen encerrou o terceiro turno, que permitia que a fábrica funcionasse no período noturno. Os cerca de 1,8 mil empregados que trabalhavam à noite foram realocados para outros horários.

As medidas foram tomadas em razão da queda na produção. No ano passado, a fábrica produzia 1,4 mil veículos por dia, número que caiu para 800 este ano. A Fábrica Anchieta emprega 11 mil pessoas, sendo 8 mil apenas na produção. Acordo intermediado pelo sindicato impede a demissão desses funcionários até 2019.

Na Mercedes-Benz, a proposta aos trabalhadores foi reduzir, por um ano, em 20% a carga horária e em 10% os salários. A proposta garantiria a estabilidade de todos os trabalhadores no período e o retorno de parte dos 300 trabalhadores demitidos.

Ontem (2), os empregados votaram a proposta e a rejeitaram por ampla maioria. As negociações estão interrompidas e não há previsão de reunião entre o sindicato e a empresa.

Para o Sindicato dos Metalúrgicos, a manutenção dos empregos nas montadoras é a grande preocupação nesse momento de incertezas no cenário econômico. A assessoria de imprensa da Volkswagen informou que não comentará o assunto.

Em nota, a Mercedes-Benz do Brasil informou que apresentou uma proposta aos metalúrgicos para preservar os empregos na fábrica de São Bernardo do Campo até 2016.

“Entre os principais pontos, o acordo estabelecia a redução de jornada e de salários na fábrica, diante da forte queda de vendas de veículos comerciais no mercado brasileiro, que tem afetado os negócios da empresa. Diante da rejeição dos trabalhadores, a montadora “terá de buscar outras alternativas frente a um excedente de 2 mil pessoas na fábrica”, destacou o O comunicado.

Agência Brasil

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