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Destruição de templo em Palmira na Síria é “crime de guerra”, diz Unesco

Imagem de arquivo mostra imagem ampliada da antiga cidade de Palmira no centro da SíriaImagem Youssef Badawi/EPA/Agência Lusa
Imagem de arquivo mostra imagem ampliada da antiga cidade de Palmira no centro da SíriaImagem Youssef Badawi/EPA/Agência Lusa

A destruição de um dos templos da cidade antiga de Palmira, na Síria, pelo grupo terrorista Estado Islâmico é um “crime de guerra”, declarou hoje (24) a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

“Os autores deverão responder pelas suas ações”, afirmou em comunicado a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, citada pela agência de notícia France Presse (AFP). Ela apela à comunidade internacional “para que continue unida contra esta purificação cultural”.

Foi confirmado no domingo que os extremistas do Estado Islâmico, que controlam Palmira (conhecida localmente como Tadmur) desde maio, detonaram explosivos colocados no templo de Baal Shamin, construído no ano 17 d.C. e classificado de patrimônio mundial da humanidade.

Segundo a Unesco, a sua “cella” (parte central do templo) foi danificada e as colunas que a rodeavam desabaram.

Na semana passada, foi igualmente divulgado que o Estado Islâmico decapitou um dos maiores especialistas dos tesouros arqueológicos da cidade histórica.

Khaled Al Assad, de 82 anos, era o antigo responsável pelas antiguidades e pelos museus de Palmira e ajudou a preservar os tesouros arqueológicos da cidade, também conhecida de “pérola do deserto”, durante meio século.

“O Daesh [nome árabe depreciativo para Estado Islâmico] mata as pessoas e destrói o patrimônio, mas não pode silenciar a História e não conseguirá apagar esta grande cultura da memória do mundo”, afirmou Irina Bokova. “Apesar dos obstáculos e do fanatismo”, acrescenta, “a criatividade humana vai prevalecer, os edifícios e o patrimônio serão restaurados e alguns deles serão reconstruídos”.

O Estado Islâmico considera o patrimônio religioso pré-islâmico, especialmente as estátuas, de expressões de idolatria, terminantemente proibida pela teologia islâmica que o grupo diz seguir.

Segundo a ONU, mais de 300 locais históricos na Síria foram danificados, destruídos ou pilhados ao longo do conflito que dura mais de quatro anos.

Agência Brasil

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