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Partidos pró-independência ganham eleições na Catalunha

 Um dos líderes do bloco Junts pel Si (Juntos pelo Sim) Raul Romeva cumprimenta simpatizantes no Mercado de Born, em Barcelona Catalunha, EspanhaEPA/Andreu Dalmau/Agência Brasil/Direitos Reservados

Um dos líderes do bloco Junts pel Si (Juntos pelo Sim) Raul Romeva cumprimenta simpatizantes no Mercado de Born, em Barcelona Catalunha, EspanhaEPA/Andreu Dalmau/Agência Brasil/Direitos Reservados

As eleições na Catalunha, convertidas num referendo “de fato” sobre a soberania da região, terminaram com os partidos pró-independência obtendo maioria absoluta em deputados, mas falhando no objetivo de reunir mais da metade dos votos populares. Com quase 99% dos votos contabilizados, a principal plataforma pelo sim à independência, a Junts pel Si (Juntos pelo Sim, do presidente Artur Mas) conseguiu 62 deputados, a seis de conseguir sozinha a maioria absoluta. No entanto, o outro partido que defende uma declaração de independência, a CUP (Candidatura de Unidade Popular, de extrema esquerda), obteve dez deputados.

Os dois juntos poderiam aprovar uma declaração de independência no novo Parlamento catalão. No entanto, não é certo que isso ocorra, uma vez que a CUP sempre defendeu maioria popular e ambos os partidos não registraram mais do que 47,8% dos votos (os partidos contrários à esta via obtiveram 52,2% dos votos).

Por outro lado, a CUP já afirmou que não votará favoravelmente à eleição de Artur Mas como novo presidente regional (nas eleições na Espanha, o povo elege os deputados e esses depois votam no Parlamento para escolher o presidente regional, o que permite acordos pós-eleitorais).

Os líderes da Junts pel Si declararam-se triplamente vitoriosos, ao considerar que “ganhou o sim, em votos e assentos, ganhou a democracia” e ganhou a Catalunha porque se realizou um plebiscito sobre a independência.

Artur Mas (Convergência Democrática Catalana), Oriol Junqueras (Esquerra Republicana Catalana) e Raul Romeva – unidos na Junts – consideram ter obtido “um mandato claro” para avançar com a separação em relação à Espanha.

O restante dos partidos, com a exceção da CUP, considerara que Artur Mas perdeu o plebiscito, uma vez que a definição de vitória num referendo depende da obtenção de 50% dos votos mais um. Os partidos do “não” conseguiram mais cerca de 150 mil votos que o “sim”.

O grande vencedor da noite foi o partido Ciudadanos (uma formação que começou na Catalunha e que se tornou um emergente no âmbito nacional), pois o partido de Albert Rivera passou dos atuais nove deputados no Parlamento catalão para 25, com mais de 700 mil votos, e lançou avisos ao PP em Madrid de que terão de contar com ele para as eleições gerais.

Já o PP catalão perdeu oito deputados em relação a 2012 e, ao contrário de todos os outros partidos, o seu líder nem apareceu na noite das eleições, cabendo as declarações a um dos integrantes da cúpula popular.

O Podemos também classificou de “decepcionante” os resultados obtidos na Catalunha, mas considerou-se “um partido que apostou na responsabilidade” e lançou críticas a Artur Mas e ao presidente do governo central, Mariano Rajoy.

A noite eleitoral terminou com todos os lados fazendo leituras diferentes, os defensores do “sim” agitando bandeiras da Catalunha independente e cantando o Hino da Catalunha, enquanto o candidato da CUP se despedia do Estado espanhol, mas com poucas pistas sobre o que se poderá passar agora, quer nas negociações para constituir o Parlamento, nomeadamente o nome do possível presidente, quer sobre a existência de condições para avançar com o processo de independência.

Agência Brasil

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