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Agência não vê melhora na situação para mudar nota negativa dada ao Brasil

A presidenta da agência de avaliação de risco Standard & Poor’s (S&P) no Brasil, Regina Nunes, disse hoje (23) que a nota do Brasil permanece com uma perspectiva negativa no rating (classificação de risco) da agência porque os resultados negativos ainda não se estabilizaram.

A representante da S&P no Brasil participou do seminário Reavaliação do Risco Brasil, promovido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), no Rio.

Regina Nunes disse que a nota do país (BB+) permanece atual, apesar de ter sido modificada em 28 de setembro, quando o Brasil perdeu o grau de investimento e manteve a perspectiva negativa, que significa que a tendência é que a próxima revisão seja novamente para baixo.

“Quando deixamos negativo é porque não estávamos vendo uma estabilização desses vetores que trouxeram o Brasil para o grau especulativo. Não existe hoje uma visão do ponto de vista da S&P de que isso vai ser modificado no curto prazo, e, portanto está negativo. Durante todo o tempo, estamos com o rating atualizado. Se for a nossa opinião de que algo mudou, ele vai ser modificado”.

O Brasil havia conquistado o grau de investimento concedido pela S&P em 2008, e teve uma sinalização negativa em junho deste ano, que se confirmou com um rebaixamento em setembro.

Como pontos negativos do Brasil, a agência aponta a necessidade de melhorar a infraestrutura e que o governo tem uma dívida mais alta que a dos outros países emergentes, com exceção da Índia. Além disso, o arcabouço burocrático e de impostos são considerados impedimentos estruturais que reduzem a participação dos investimentos no Produto Interno Bruto.

Para a S&P, o Brasil tem instituições políticas bem estabelecidas, comparáveis a países que têm grau A. A economia é descrita como diversificada e a dívida externa está em níveis administráveis.

Regina Nunes também destacou conquistas do país no período em que atingiu e manteve o grau de investimento, como ampliar as classes A e B para 30 milhões de pessoas e incluir 40 milhões na classe média. Segundo ela, “O Brasil mudou de patamar”.

Agência Brasil

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