Alzheimer – Por Jayme José de Oliveira
ASSIM CAMINHA A HUMANIDADE – XX
Como vimos nas colunas anteriores, o prolongamento da vida em vertebrados, inclusive o homem, tem uma perspectiva promissora. Entre os obstáculos a serem superados para que além da expansão tenhamos possibilidade de desfrutarmos saúde física e, principalmente intelectual, sobressai a doença de Alzheimer. Até o momento a degeneração consequente é irrefreável, mesmo com as terapêuticas mais avançadas. Encaminhamo-nos para um futuro soturno com inúmeros idosos fisicamente saudáveis, enclausurados num mundo desligado da realidade.
Espera-se para o futuro que novas drogas sejam mais seguras e capazes de interferir efetivamente no retardamento da evolução natural da doença. Dentro do conhecimento científico atual as linhas de pesquisa mais promissoras nesse sentido são:
- Terapia antiamilóide
- Inibidores da hiperfosforilação da proteína TAU
- Fator de crescimento neuronal
Novas drogas estão saindo dos laboratórios de ciência básica e sendo investigadas em vários ensaios com seres humanos. Espera-se que novas drogas sejam mais seguras e capazes de interferir efetivamente no retardamento da evolução natural da doença.
A possibilidade de se fazer o diagnóstico antes que o processo demencial esteja instalado e que a intervenção farmacológica seja implantada de modo preventivo, evitando o agravamento do quadro neurodegenerativo de forma irreversível, é um objetivo que se vislumbra em médio prazo.
A Doença de Alzheimer é o tipo de demência mais comum e também é um termo geral usado para descrever as condições que ocorrem quando o cérebro não mais consegue funcionar corretamente. O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que provoca o declínio das funções intelectuais reduzindo as capacidades de trabalho e relação social, interferindo no comportamento e na personalidade. No início o paciente começa a perder sua memória mais recente, pode até lembrar com precisão fatos ocorridos há anos, mas esquecer que acabou de realizar uma refeição. Com a evolução do quadro o Alzheimer causa grande impacto no cotidiano da pessoa e afeta a capacidade do aprendizado, atenção, orientação, compreensão e linguagem. A pessoa fica cada vez mais dependente da ajuda dos outros até mesmo para rotinas básicas como a higiene pessoal e a alimentação. A taxa de progresso da doença é variável conforme a pessoa, contudo, portadores de Alzheimer vivem em média oito anos após o início dos sintomas.
Apesar de não haver atualmente tratamentos que impeçam o progresso da Doença de Alzheimer, há medicamentos para tratar os sintomas de demência. Nas últimas três décadas as pesquisas proporcionaram uma compreensão muito mais profunda sobre como o Alzheimer afeta o cérebro. Hoje em dia os pesquisadores continuam a buscar tratamentos mais eficientes e a cura, além de formas para impedir seu surgimento e melhorar a saúde cerebral.
No Brasil, existem cerca de 15 milhões de pessoas com mais de 60 anos de idade. Seis por cento delas sofrem do Mal de Alzheimer segundo dados da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz). Em todo o mundo são 15 milhões. Nos Estados Unidos é a quarta causa de morte de idosos entre 75 e 80 anos, perde apenas para infarto, AVC e câncer. O Alzheimer não é uma parte normal do envelhecimento, embora o maior risco conhecido seja o aumento da idade, mas não é apenas uma doença da velhice. Até 5 por cento das pessoas com a doença tem início precoce, muitas vezes aparece quando alguém está na faixa dos 40 ou 50 anos.
Pessoas com perda de memória ou outros possíveis sinais da Doença de Alzheimer podem ter dificuldade para reconhecer que eles têm um problema. Os sinais de demência pode ser mais óbvio para os membros da família ou amigos. Qualquer um que experimenta sintomas de demência deve consultar um médico o mais rápido possível.
Em 1.995, aos 61 anos, William Utermohlen, um artista americano que vivia em Londres, recebeu um diagnóstico devastador, ele tinha a Doença de Alzheimer. Em resposta à doença ele começou a pintar autorretratos que se tornaram uma maneira para tentar entender a sua condição. Até ser internado em um lar de idosos em 2.000, Utermohlen pintou retratos regulares de si mesmo durante os primeiros anos de seu diagnóstico e o que vemos é um homem lutando para permanecer em contato com o mundo ao seu redor. Utermohlen faleceu em 2007 mas os seus autorretratos são um caminho para que possamos avaliar a devastação causada pela doença.
Antes de seu diagnóstico, era um artista de sucesso que passava todo o seu tempo desenhando e pintando. Alzheimer é uma doença terrível, confusa. Ela rouba os nossos entes queridos para longe de nós, mesmo antes de morrerem. Compartilhe os últimos trabalhos desse artista.
Acessem os vídeos, são realmente impactantes.
FILHA CUIDA DA MÃE COM ALZHEIMER – 4min53seg
https://www.youtube.com/watch?v=CUAA5m9H2TA
CARTA DE UM PORTADOR DE ALZHEIMER AO SEU CUIDADOR – 7min50seg
https://www.youtube.com/watch?v=QzNDQcjDlGM
AS FASES DA DOENÇA DE ALZHEIMER – 3min10seg
https://www.youtube.com/watch?v=TJEl56FQX2M
Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado