Feriados em dia de semana paralisam as atividades ou impõem custos trabalhistas dobrados às indústrias que optam por permanecer funcionando, segundo a Firjan Arquivo/Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Feriados causarão prejuízo de R$ 54,6 bilhões à indústria em 2016, diz Firjan

Feriados em dia de semana paralisam as atividades ou impõem custos trabalhistas dobrados às indústrias que optam por permanecer funcionando, segundo a Firjan Arquivo/Marcelo Camargo/Agência Brasil
Feriados em dia de semana paralisam as atividades ou impõem custos trabalhistas dobrados às indústrias que optam por permanecer funcionando, segundo a Firjan Arquivo/Marcelo Camargo/Agência Brasil

As perdas da indústria de transformação brasileira com os sete feriados e três pontos facultativos federais que cairão em dias de semana em 2016 serão de R$ 54,6 bilhões, de acordo com o estudo O Custo Econômico dos Feriados Federais para a Indústria, divulgado hoje (5) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).

O levantamento tem como base a relação de feriados e pontos facultativos divulgada pelo Ministério do Planejamento e não inclui o Dia do Servidor Público, “por ser ponto facultativo não consagrado como feriado”, nem a Quarta-feira de Cinzas, por ser ponto facultativo até as 14h.

Segundo o gerente de Ambiente de Negócios e Infraestrutura do Sistema Firjan,  Guilherme Mercês, o valor representa 3,7% do Produto Interno Bruto (PIB) industrial do país. “Em um ano em que a economia não cresce e com essa quantidade de feriados, fica complicado crescer”, comentou.

O economista disse que o prejuízo com os feriados nacionais esse ano será menor do que em 2015 (R$ 59,9 bilhões), porque “a gente teve um recorde de feriados em dias de semana [no ano passado]. Esse ano, há um feriado a menos em dia de semana, por isso o valor é menor do que em 2015, mas é um volume bastante alto”.

Mercês explicou que quando o feriado cai em dia de semana, paralisa as atividades ou impõe custos trabalhistas dobrados às indústrias que optam por permanecer funcionando. Os setores que têm trabalho contínuo, como o siderúrgico, por exemplo, são os mais prejudicados. As indústrias que atuam sob demanda, como a de plásticos e de vestuário, também são afetadas, segundo o economista. “Elas têm que parar. Não vale a pena incorrer em custos trabalhistas dobrados para manter o funcionamento da indústria”.

A redução do chamado custo Brasil e a busca pelo aumento da competitividade da indústria brasileira têm levado a Firjan a defender o deslocamento dos feriados que caem no meio da semana para a segunda ou sexta-feira, uma bandeira antiga da entidade. Segundo Mercês, em todo o mundo há tentativas de redução do número de feriados, visando ampliar a produtividade dos setores público e privado.

“Essa bandeira é muito importante, não só para o setor produtivo, mas para o governo, que está com problemas fiscais. Obviamente, em dias de feriado, o governo arrecada menos impostos”. A solução, segundo o economista, não é eliminar os dias parados, mas “empurrar” os feriados que caem na terça ou na quinta-feira para dias próximos aos fins de semana. “A gente já mitigaria os prejuízos”, calculou.

A Firjan também vai calcular as perdas para a indústria nacional causadas pelos feriados locais dos estados e municípios. “O impacto não é restrito aos feriados federais. A gente ainda tem muitos feriados estaduais e municipais”.

Agência Brasil

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