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Sine preenche metade de oportunidades de emprego em 2006

Um levantamento do Ministério do Trabalho e Emprego revela que apenas metade das 1,7 milhão de oportunidades de emprego ofertadas em 2006 pelo Sistema Público de Emprego, Trabalho e Renda (Sine) foram preenchidas. Apenas 878 mil postos foram ocupados por trabalhadores inscritos na rede, que hoje possui 1.180 postos de atendimento em todo o Brasil.

Para o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, um dos motivos do fenômeno é a falta de qualificação, e os dados do Sine podem ser usados para aprimorar os programas de capacitação do governo. “Vamos cruzar essas informações e fazer uma qualificação direcionada, montando cursos voltados especificamente para as carências de cada município ou região”, afirmou.

Segundo o diretor do Departamento de Qualificação (DEQ), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) Almerico Lima, a falta de mão-de-obra especializada acaba sendo maior em setores que estão sendo reativados, como a indústria naval, ou que respondam mais rápido ao crescimento econômico, como a indústria de base (construção civil, metalúrgico) ou setores de instalação recente ou de realocação espacial (aeronáutica, software).

No setor naval, por exemplo, o percentual de preenchimento de vagas no Sine variou entre 20% a 50%. Em algumas ocupações, como a de lubrificador naval, não foi encontrado trabalhador para o posto.

Lima, explica que o crescimento da economia e o aumento dos investimentos em setores tecnológicos, têm demandado mão-de-obra qualificada em todos os níveis deste segmento. “Isso ocorre tanto no âmbito da engenharia como em outras ocupações como soldador, caldeireiro, armador, pedreiro, operador de máquinas pesadas e caminhoneiro de cargas perigosas”, enumera.

De acordo com o Sine, das 7.811 vagas ofertadas para a ocupação de soldador, 27% foram preenchidas. No caso de soldador elétrico, 46 trabalhadores conseguiram uma das 334 vagas disponíveis, sendo que, para soldador de solda elétrica e oxiacetileno, 7% de 85 vagas disponíveis foram preenchidas. O mesmo ocorre com a ocupação de caldeireiro (chapa de ferro e aço): das 677 vagas ofertadas, só 16% foram ocupadas.

Qualificação – Desde que assumiu o ministério, em março, o ministro do Trabalho tomou como principal bandeira a capacitação profissional. O Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) encaminhou uma proposta de orçamento para o ano de 2008 que prevê R$ 951 milhões para programas de qualificação, volume oito vezes maior que o previsto para este ano, que é de R$ 114 milhões.

O Plano Nacional de Qualificação (PNQ), do MTE, oferece cursos em diversas áreas para que trabalhadores cresçam profissionalmente e adquiram melhores condições para enfrentar os desafios do mundo do trabalho. Vários cursos profissionalizantes estão em execução por meio dos Planos Setoriais de Qualificação (Planseqs), do MTE.

Eles abrangem as áreas de metalurgia, aeronáutica, economia solidária, turismo e até para as trabalhadoras domésticas. Na área de petróleo, foi lançado o Planseq Petróleo e Gás Natural, para formar trabalhadores em ocupações de carpintaria, armador e pedreiro.

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