A árdua tarefa de namorar – Nilton Moreira

Nilton Moreira

Estrada Iluminada
A árdua tarefa de namorar

Houve um tempo que era demorada a caminhada para conseguir namorado ou namorada. Tudo iniciava por um flerte, uma leve aproximação de olhares completados com sorrisos, um abaixar de cabeças mostrando um recato ou uma expressão corporal demonstrando segredos e mistério, e as vezes uma piscada de olho pelos mais atrevidos.

O tempo passa, o telefone chega dando a quem o dispunha na época ferramenta impulsionante nas comunicações a distância, bastando apenas que as partes descobrissem o número para discar e efetuassem ligações e lançassem assim seus galanteios e suas seduções.

O tempo proporciona um salto maior e chegam as baladas, os barzinhos, os saraus e por consequência os encontros ocasionais que favorecem que as pessoas se conheçam sem compromisso de horários, alegando ser “a noite uma criança”. O amor parece ser livre de compromissos e surgem as expressões, amizade colorida, ficar, curtir, tirar onda como variantes do namorar.

Mas a tarefa de namorar é bem cheia de meandros. Se é um período que os casais se conhecem, é também o mais complexo da trajetória do relacionamento a dois, pois o compromisso não existe, e de uma hora pra outra pode desfazer-se o elo, pois dependendo do momento e local onde os dois se encontraram, a atração sentida inicialmente pode esvair-se num breve momento.

Finalmente chegamos nos dias atuais onde a tarefa namorar ficou mais árdua. Hoje com a pandemia os rostos estão cobertos, e é preciso procurar ler nos olhos a mensagem que cada um dos que se encontra quer dizer. Claro que a máscara também proporciona um certo mistério e charme para quem vê romantismo em tudo, mas também esconde a expressão facial, e o sorriso fica afeto a contração da maçã do rosto que levam flexionam os olhos.

Se no passado tínhamos o telefone, hoje contamos com WhatsApp, telegram, Skype, facebook e tantos outros canais para os namorados se comunicarem, e com uma grande vantagem que é o olhar em tempo real.

Mas se em meio a pandemia está difícil o visual facial por inteiro, não nos preocupemos, pois os espíritos que somos certamente se reencontram e se reconhecem em meio as multidões, pois eles se identificam pela energia, pela aura que exala de suas psicosfera, afinal é o espírito que ama e não o corpo material, e certamente quando essa conexão acontece passa a existir uma simbiose apaixonante, inexplicável aos sentimentos, e o amor verdadeiro acontece.

Namorar é trocar uma energia ímpar. Feliz semana dos namorados.

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