Vida & Saúde

“A cada 25 segundos uma mulher é espancada no Brasil”, diz palestrante

Em palestra na manhã desta segunda-feira (25), no Teatro Dante Barone, a professora Terezinha Maria Woelffel Vergo, mestre em Sociologia e integrante do Coletivo Feminino Plural, abordou o tema “Novas Perspectivas no Enfrentamento à Violência Contra Mulheres e Meninas: Campanha Ponto Final”. A atividade integra a programação da 36ª edição do projeto Deputado por um Dia, a primeira do ano, que se realiza ao longo do dia, na Assembleia Legislativa.

Segundo a professora, em uma pesquisa sobre a percepção da violência contra a mulher, 91% dos homens afirmaram repudiar a violência, no entanto sabe-se que a cada 25 segundos uma mulher é espancada no Brasil. “E quem é que espanca? Quem é que bate?”, questionou a palestrante. Ela explicou que a violência é uma construção social. “Pode-se achar que um tapa, um xingamento não é muito, mas a violência se faz aos poucos”, disse.

Ainda segundo Terezinha, a violência ocorre onde há abuso de poder: nas relações familiares, entre casais, por pais em relação a filhos, namorados em relação às namoradas. Ela afirmou que, apesar de se ter avançado muito em termos de políticas públicas e na criação de entes capazes de lidar com o problema, as denúncias aumentaram. “Não podemos afirmar se há mais violência ou não, mas há mais denúncias”, disse. Ainda assim, conforme Terezinha, acredita-se que o número de casos seja muito maior do que o número de denúncias recebidas.

A palestrante aproveitou também para mencionar o caso da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, no Rio de Janeiro, onde um rapaz matou 12 crianças, das quais dez eram meninas.

“Provavelmente, esse rapaz foi educado em um ambiente de desprezo em relação à mulher. Isso não é algo que se constrói de uma hora para outra, é algo que leva anos, independentemente de ele ser doente ou não”, declarou. Ela também buscou desconstruir alguns mitos ao afirmar que “mulher não gosta de apanhar” e “em briga de marido e mulher, a gente mete a colher”.

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