A chuva, o vento, o sol, a estiagem: desafios para o Rio Grande – Por Alceu Moreira
Uma velha conhecida dos gaúchos chegou com o verão e já castiga centenas de municípios: a estiagem. A meteorologia alertou para a falta de chuvas, e os municípios, por sua vez, estão emitindo decretos de emergência. A água é escassa para consumo humano e animal. O custo disso estará na feira, no preço do leite e nos alimentos.
Tempo seco e quente ou períodos de chuva não são, necessariamente, uma novidade. Ao longo dos anos, as mudanças climáticas tornam esses ciclos mais recorrentes.
Em razão disso, o Estado perde milhares de reais, e a sociedade sofre incontáveis prejuízos.
Hoje, temos boa capacidade de recursos hídricos e tecnologias e contamos com a nossa gente para o Rio Grande produzir mais — e melhor. Porém, é preciso vencer os entraves e a burocracia que impedem o avanço de projetos para novas áreas irrigadas.
A grave estiagem também nos traz a necessidade de fazer um debate franco, aberto e com racionalidade sobre a flexibilização de normas para armazenagem de água em áreas de preservação permanente.
Em consonância com a legislação federal e estadual e atenção para mitigar os impactos, é possível criar espaços de armazenagem, implantando novas áreas de mata ciliar e cuidando de cursos de rios e riachos que, muitas vezes, ficam comprometidos em períodos de seca.
Avançar nas políticas de irrigação e incentivar a reservação de água, com construção de açudes, poços e cisternas deve estar na agenda de governos, entidades e representantes da sociedade.
Assim, garantimos acesso a um recurso considerado finito e importante para a sobrevivência. Junto a isso devem ser empregadas práticas conservacionistas, como plantio direto.
A superação das dificuldades enfrentadas a cada seca é tarefa de todos para o uso racional e consciente da água e para a adoção de medidas adequadas. Se cada um fizer sua parte, teremos um Estado mais desenvolvido e responsável, que cuida da sua gente e do seu meio ambiente.
*Alceu Moreira é deputado federal (MDB) e presidiu por dois mandatos a Frente Agropecuária no Congresso Nacional