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A criação do mundo – Jayme José de Oliveira

A criação do mundo - Jayme José de OliveiraUma anedota depreciativa, gestada por quem não aguenta mais a situação que nosso país atravessa, relata um diálogo entre Deus e Lúcifer, anjo querubim, quando foi criado o universo.

Lúcifer: – O Senhor colocou nos países do mundo terremotos, desertos, geleiras, vulcões… no Brasil, matas verdejantes, águas límpidas, praias maravilhosas, clima temperado e tudo do bom e do melhor.

Deus reconheceu: – É verdade.

Lúcifer indignado: – E o Senhor acha justo?

Ao que o Senhor argumentou: – Você tem que ver os políticos que colocarei lá.

A crise que enfrentamos na atualidade é fruto resultante da má gestão, descontrole do gasto público(onde o déficit só se agiganta). A previdência continua intocada e segue sendo a grande incógnita. Não é resolvida pelo temor das pressões exercidas pelas corporações e tudo isso conspira contra o equilíbrio fiscal, fundamental para o equilíbrio orçamentário.

A criação do mundo - Jayme José de OliveiraSem condições políticas para propor quaisquer medidas que requeiram remédios amargos, porém indispensáveis e inadiáveis, o sonho do governo para um ajuste a longo prazo continua sendo apenas um sonho e as expectativas de soluções deterioram.

Catapultando o desequilíbrio a níveis insuportáveis, o déficit do setor público é responsável importante pelo estrago. Más gestões – federais, estaduais e municipais – atingem a economia, afetando a vida de todos. Lembremos também que o regime político multipartidário remete a um presidencialismo de coalisão onde o executivo depende do legislativo e este apoio só é conseguido com uma farta distribuição de cargos e verbas, muitas vezes espúrias e alocadas para projetos de interesse dos que delas se servem para proveito próprio, raramente visando o bem público e as necessidades da população.

O judiciário, que deveria ser o poder moderador entrou na “dança” e o que se vê mais parece uma disputa de malabarismos verbais e brilhantismos, quando não o resultado de posições de cunho político em vez da justa e correta interpretação das leis, o que seria o seu dever.

Nas eleições que se aproximam, direcionar os votos a candidatos que se proponham quebrar o paradigma do toma-lá-dá-cá será não apenas uma medida inteligente como, talvez, uma das últimas oportunidades de corrigir a rota que, atualmente, nos conduz em direção a um iceberg. Caso não redirecionarmos o rumo nosso destino será o mesmo do Titanic. Não adianta bradarmos contra os políticos que não nos representam condignamente se nós mesmos não agirmos com correção e nos empenharmos em escolher os futuros representantes visando eleger pessoas que mereçam nossos sufrágios. Será inútil vociferar contra desmandos e continuar elegendo os mesmos de sempre.

Jayme José de Oliveira

cdjaymejo@gmail.com

Cirurgião-dentista aposentado

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