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A diáspora católica

Em matéria editada na seção Pelo Rio Grande, na sexta-feira, 23 de setembro, o jornal Zero Hora noticia desentendimento entre a comunidade de Linha Carahá, no interior de Gramado, e a Igreja.

O centro da discórdia entre as partes é o prédio onde funcionou, entre 1960 e a década de 90, a Escola São Gotardo e hoje se presta apenas para ensaios de um conjunto musical.

O terreno onde se encontra o imóvel pertence, por doação da Secretaria de Educação do município, à Mitra da Diocese de Novo Hamburgo, que pretende demolir a edificação para ali efetuar obras de ampliação do salão paroquial.

A história de cada morador passa, necessariamente, pelas salas de aula do extinto educandário, razão pela qual o sentimento que move aquela comunidade em defesa da manutenção do imóvel é de caráter afetivo.

As condições do prédio em que funcionava a Escola São Gotardo, de fato, são extremamente precárias, desaconselhando, inclusive, qualquer possibilidade de reforma, ainda que abrigada na garantia de segurança futura. A Igreja, por sua vez, afirma que tem registros da doação do terreno da escola. Nestas condições, tem ela, sim, todo o direito de dispor como bem entende de sua propriedade, louvando-se, ainda, a preocupação, certamente demonstrada no projeto da Diocese de ali ampliar as instalações do salão paroquial, com a integridade física de seus fieis.

No entanto, o que dispara a adrenalina da indignação de quem lê a referida matéria é a postura arrogante, petulante, prepotente e a total ausência da prática dos preceitos cristãos demonstrada pelo insolente Padre Igor Heidrich da Silveira, pároco da comunidade de São Gotardo. Diz ele, em sua entrevista que instrui a mesma matéria: “É aquilo que é meu, eu decido fazer o que quero, não preciso dizer para os outros o que vou fazer… A gente vai decidir, a gente faz o que quiser… Para que eu vou consultar, se é meu?”.

Cabe à Mitra da Diocese de Novo Hamburgo, no mínimo, retornar o Padre Silveira aos bancos dos seminários para que o mesmo, na clausura, reavalie sua leitura dos Evangelhos, sob pena ver a ordeira e pacífica comunidade de Linha Carahá bandear-se para outras seitas e religiões.

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