A juventude está bêbada
A ação visou, também, a responsabilização daqueles que concorreram para este fato que é qualificado em nosso Direito, como crime.
A quem foi dado presenciar a operação foi possível verificar que em diversas vezes, nas quais foram às rua, as viaturas retornavam à delegacia trazendo meninos e meninas da classe média , portando garrafas de dois litros onde encontrava-se a bebida alcoólica misturada com energéticos ou refrigerantes.Muitas vezes a bebida era recolhida na própria embalagem e podia-se ver litros de Vodca, Uísque, Cachaça, Cerveja e Conhaque.Foi possível observar que enquanto eram tomados depoimentos a sala, para tal fim, ficou totalmente lotada e que os jovens indiferentes ao fato de estarem detidos, mantinham um clima de alegria e conversas amistosas como se estivessem em uma festa.
Alguns pais, chamados, para conversarem com o conselho tutelar mantinham-se também, tranquilos, não manifestando para os filhos, quaisquer reações de que representassem contrariedade. Teve um pai que reclamou para os policiais que atendiam, pela demora que seu filho estava tendo no atendimento o que era injustificável porque o menino tinha grandes expectativas para aquela noite e não era possível que a visse frustrada pela permanência, em excessivo tempo, dentro de um plantão policial.
Chamou a atenção que a retenção do filho representava uma atitude irreal e que a autoridade policial deveria se conscientizar que o mundo tinha mudado e que seu filho fazia parte do mundo e da sociedade atual. Os depoimentos iam sendo tomados e os envolvidos davam lugar, na sala, a outros que se encontravam em frente ao prédio.
Não sei a que horas a operação foi concluída. Acho que ninguém ficou detido, a exceção deste cronista que ficou preso não em uma prisão física, mas nas teias enormes e fortes da angustia e da incapacidade de solução para este processo de alcoolização que já atinge 70% de nossos jovens sendo que destes 19% já estão dependentes, segundo o CEDRIB- Centro Brasileiro de informações sobre drogas.
E esta prisão nas teias da angustia e da incapacidade me levam a debruçar-me sobre o fato e achar que algo está errado, de maneira irreversível, em nossa sociedade e que o desvio de conduta destes jovens do Litoral Norte e do Brasil, tem originem na falta de responsabilidade da família, em educá-los em conduzi-los de maneira a que não confundam divertimento com o uso, indiscriminado, de álcool e não troquem a alegria, a felicidade, as promessas que suas vidas encerram, pelo conteúdo fugas de uma garrafa de vodca ou por dezenas de latas de cerveja que os encaminham para a senda de outras drogas e de uma vida sem significado e sem perspectivas.
E esta prisão nas teias da angustia e da incapacidade, me levam a achar que precisamos como indivíduos, como famílias, como sociedade e como Nação pensarmos um futuro melhor, preparando nossos jovens, no presente, para qualificá-los a exercer uma cidadania de primeira grandeza e construírem a Pátria que todos sonhamos.
Mas, para isto, meus leitores, os pais, as mães e as famílias terão que estabelecer limites para seus filhos e suas filhas. Sem Limites, tudo se perderá na bruma do excesso de licenciosidade e da falta de autoridade representadas por jovens que, bêbados, acham graça e fazem piada ao serem levados para uma Delegacia de Policia.