A poluição dos plásticos 2 – Jayme José de Oliveira
Em coluna anterior abordei o fato de que a placenta tem o poder de bloquear a contaminação do feto por micro-organismos, patogênicos ou não. Esse fato permite que ele se desenvolva livre de agressões externas.
A revista “Superinteressante”, edição 451, maio de 2023, traz subsídios que ampliam o poder de agressão dos nanoplásticos, eles podem penetrar no cérebro que é envolto por uma camada de células que bloqueiam a maioria das moléculas e micro-organismos. Alguns vírus como o HIV são capazes de atravessar esta barreira, mas isso é raro, só ocorre em casos avançados, na demência precoce causada pelo HIV.
Um novo estudo mostra que a barreira pode ser perfurada por algo onipresente: os nanoplásticos. Cientistas da Universidade de Viena, na Áustria, alimentam ratos de laboratório com isopor de até 0,01 mm. e duas horas mais tarde, submetidos a uma necropsia constatou-se que o plástico já havia se alojado nos seus cérebros. As consequências dessa infiltração continuam sendo pesquisadas.
Cientistas da Universidade de Rutgers, nos EUA, criaram um modelo que simula o funcionamento do sistema digestivo humano e nos mostraram que nanoplásticos misturados aos alimentos têm o poder de aumentar até 145% a absorção de gorduras e facilitam uma tendência à obesidade.
O corpo humano é biologicamente propenso a ganhar peso e luta para impedir a perda dele. Este mecanismo funcionou bem por milhares de anos ajudando nossos antepassados a sobreviver em tempos de escassez. Nos tempos modernos nos tornamos capazes de produzir alimentos de sobra – e aí esse processo começou a prejudicar, a obesidade se tornou um problema sabendo-se que mais de 50% das pessoas têm sobrepeso e isso desencadeia uma série de contratempos para a saúde em geral.
Para combater a obesidade foram criadas drogas, elas representam um volume fabuloso para os laboratórios. As novas drogas antiobesidade devem alcançar U$54 bilhões anuais segundo o banco americano Morgan Stanley.
Criado para tratar o diabetes. O Ozempic virou moda para combater a obesidade, revelando uma grande eficiência.
A euforia esconde dois riscos: ele precisa ser tomado pelo resto da vida (ou a pessoa engorda de novo) e os medicamentos desse tipo envolvem o risco de câncer.
Continuam as pesquisas para confirmar essa possibilidade e a porcentagem de ocorrências constatadas.
Na madrugada do dia 15 de junho o Rio Grande do Sul foi assolado por uma tempestade avassaladora.
Cidades tiveram casas destelhadas e até arrasadas, inclusive temos a lamentar mortes de cidadãos e milhares de desabrigados.
Ocorrências de menor porte, interrupções de fornecimento de energia elétrica em locais os mais diversos – tivemos uma na avenida Rudá, Capão da Canoa – e sobre isso queremos nos referir para agradecer os técnicos da CEEE Equatorial pela eficiência no conserto apesar do horário noturno, frio de enregelar cusco, pancadas de chuva e ventanias no transcurso.
Ora direis, durante uma tragédia de tamanhas proporções uma queda de luz é ocorrência de pequena monta. Permitam-me discordar, o atendimento se tornou mais significativo exatamente por ocorrer durante uma tragédia onde os esforços se concentravam nas zonas mais conflagradas.
Mesmo assoberbados, exaustos, os responsáveis pela solução do “pequeno problema” foram incansáveis e merecem nossa gratidão.
Em tempo, interrupção de energia elétrica resulta na falta de refrigeração comercial e doméstica. Os prejuízos materiais são de monta e PENSEM, POR FAVOR, medicamentos que requerem refrigeração ficam invalidados e podem inclusive, por sua falta, resultarem em óbito dos que deles dependem para sobreviver.
Quantas pessoas diabéticas, por exemplo, podem morrer por falta de insulina (de uso diário) que impede a hiperglicemia de consequências fatais? É possível considerar de pequena monta o risco de óbito desses pacientes?
Reitero: MUITO OBRIGADO!
Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado