A supermaquina 3 – Superlongevidade – por Jayme José de Oliveira
“Eu e minha filha de 3 anos, a Isabel, andávamos de carro quando ela perguntou: “Papai, você vai ficar velhinho”? Eu disse: “Claro, filha”.
Ela desatou a chorar.
O medo de envelhecer está tão presente nas nossas vidas que até uma criança de 3 anos entende rapidinho. É um pânico paralisante. (Alexandre de Santi, editor da Revista Superinteressante)
A velhice é aterradora porque ela contém duas ideias ruins simultâneas: perder o vigor da juventude e, ao mesmo tempo, sofrer com as doenças que chegam com a idade.
ENVELHECER
Viver tem um efeito colateral: envelhecer.
As pessoas não envelhecem todas da mesma maneira, intensidade e com marcas tão evidentes. Carros sofrem desgaste com o uso, mas podemos encontrar alguns que mal parecem ter saído da fábrica. Como explicar? As pessoas são influenciadas pelo DNA e, principalmente, pelo estilo de vida que levam. Exercícios e alimentação balanceada, modo de viver sem excessos e vícios auxiliam. Muito. Um carro bem conduzido, levado a revisões periódicas, abastecido com lubrificantes e combustíveis de alta qualidade, permanece mais tempo em condições de uso.
Lembremo-nos, não basta viver uma vida longa se não for vivida com qualidade. Saibamos que o oxigênio é indispensável a vida, mas numa jogada cruel da natureza, o gás vira veneno e nos mata aos pouquinhos, a partir dos 20 nos. A decadência se deve à ação dos radicais livres que apesar de terem curta existência, provocam estragos por onde passam.
TELÔMEROS, TELOMERASE E SUPERLONGEVIDADE
Nossos cromossomos têm nas extremidades estruturas constituídas por repetidas filas de proteínas e estas, quando ocorre uma divisão celular são levemente reduzidas e, em consequência, a determinada altura do processo os cromossomos não conseguem mais realizar réplicas e a célula perde a capacidade de se dividir. A morte das células ocorre quando os telômeros forem consumidos em sua totalidade. Face a esse acontecimento pode-se observar com precisão o tempo de vida um ser vivo ao analisar a quantidade de telômeros que ainda restam.
Uma enzima chamada telomerase previne o encurtamento dos telômeros adicionando novas sequências nas extremidades dos cromossomas após as divisões.
A telomerase está presente principalmente em células embrionárias e tumores (câncer), ativando genes que fazem as células se dividir indefinidamente.
Nas células cancerosas, a telomerase é reativada espontaneamente, mantendo o tamanho dos telômeros e permitindo a proliferação indefinida e caótica destas células, ou seja, iniciando um processo de câncer suas células tornam-se imortais.
Temos diante de nós duas alternativas:
- Como a telomerase é indispensável para a divisão celular, se conseguirmos um processo que permita neutralizá-la, poderemos paralisar o desenvolvimento das células cancerosas e, com isso, chegarmos à cura do tumor.
- Pelo mesmo raciocínio, se estimularmos a formação detelomerase nas células normais propiciaremos a elas se replicarem, aumentando seu ciclo vital. Nesse sentido, em 1.988 a Geron Corporation começou a desenvolver técnicas e drogas para estender os telômeros. Se o encurtamento dos telômeros é o que leva à velhice, a chave da longevidade e da juventude está em conseguir evitar seu encurtamento.
P.S.: Dados fundamentais para a elaboração desta coluna e das posteriores foram pesquisados na Revista Superinteressante, edição 359-A de maio/2.016 e no Google.
Jayme José de Oliveira – Capão da Canoa – RS – Brasil
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