A verdade – Jayme José de Oliveira
As promessas que fazemos a nós mesmos no alvorecer de um novo ano costumam ser tão fugazes como a fumaça dos fogos de artifício que se esvai no ar. Raramente ultrapassa o Dia dos Reis, 6 de janeiro. Estimuladas pelos eflúvios etílicos emanados do champanhe da virada do ano são esquecidos junto com a ressaca subsequente. INFELIZMENTE!
Se as boas intenções perdurassem, não fossem efêmeras, poderíamos verificar que, inclusive, o mundo se tornaria mais aprazível e os humanos mais humanos – no sentido mais condizente com a intenção do Criador ao assoprar vida no barro e criar Adão -, buscando um convívio menos conflituoso com a sociedade. Ao fim e ao cabo mais justa com os menos favorecidos. Sim, pois a caridade e a disposição de compartilhar fazem parte da maioria dos propósitos.
Vejamos um detalhe, utópico é verdade, que, como o toque da varinha mágica de uma fada mudaria o curso da História. Para sempre. Nunca mais mentir, a verdade ser alçada ao píncaro das ações, desejos e realizações. Evidentemente, todos os humanos, os políticos inclusive – preferencialmente diria -. E como seria um mundo onde os políticos cumprissem as promessas de campanha e – suprema comoção – não levassem de arrasto o habitual séquito de áulicos e cabos eleitorais (regiamente remunerados pelo erário público)? Ao serem investigados os notórios casos de corrupção que abastecem com generosidade as campanhas eleitorais? Lembrem do “Quero-o-Meu”, o corrupião corrupto, personagem idealizado por Luís Fernando Veríssimo? Sequer teria sido criado.
No decorrer de uma inquirição judicial “Sua Excelência” não poderia afirmar de boca cheia: “Sou o mais honesto dos brasileiros”; ou: “Não privilegiarei meus familiares na indicação para cargos públicos, nepotismo não será uma das minhas metas”; ou: “As obras licitadas serão executadas sem percalços, aditamentos pré-agendados, apenas os destinados para compensar a inflação ou exigidas para o bom funcionamento da empreitada”; ou: “Serão privilegiadas obras que beneficiarão o Brasil enão outros países”; ou: “As licitações não incluirão em seus cálculos de custo os tradicionais X% de suborno”; ou: “As obras iniciadas cumprirão seu cronograma e não serão postergadas ad aeternum”. Etc.
Acabaria o quiproquó da discussão sobre quando um condenado poderá ser preso. Não podendo mentir, o juiz e os jurados decidiriam com clareza e o acusado teria SEMPRE um julgamento baseado na VERDADE DOS FATOS, sem chicanas da defesa ou da acusação, falsos testemunhos, delações premiadas sem cunho verdadeiro, protelações intermináveis. HOSANA! Após a condenação em 1ª instância… presídio para o safardana.
BELISQUEM-ME PARA ACORDAR, JÁ PASSOU O DIA DOS REIS.
P.S. 1 – Às pessoas das minhas relações em certa ocasião afirmei e confirmo agora que, se pudesse realizar um único desejo, este seria impor a VERDADE no convívio humano. No início seria o caos, acreditem. Com o tempo se estabeleceria a primazia dos bons em detrimento dos cafajestes que, atualmente em muitos locais se instalaram e como não têm escrúpulos pouco se importam com as consequências.
P.S. 2 – O mito da Caixa de Pandora, a que ao ser aberta liberou todos os males que afligem a humanidademas conservou cativa a Esperança, nos permite a crença que um dia a liberará e será o início de uma Nova Era.
Quando tudo parece perdido:
AS QUATRO VELAS – 2min15seg
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