Abatido, Tuma Jr. diz em nota que foi injustiçado
“Motivações inconfessáveis e obscuras de tal divulgação, aliadas à covardia política redundaram naquilo que considero uma enorme injustiça, consubstanciada na exoneração noticiada, hoje, pela mídia”, disse em nota. O ato de exoneração foi encaminhado à Presidência da República nesta segunda-feira e deve ser publicado hoje (15) no Diário Oficial da União. A chefe de gabinete da secretaria, Isaura Miranda, assumirá o cargo interinamente.
Tuma Jr. é suspeito de envolvimento com Li Kwok Kwen, mais conhecido como Paulo Li, apontado pela Polícia Federal como chefe de uma quadrilha especializada em contrabando. Além da investigação policial, o ex-secretário também enfrenta sindicâncias no Ministério da Justiça e na Comissão de Ética da Presidência da República.
Paulo Li foi preso com mais 15 pessoas em setembro de 2009, após a Polícia Federal deflagrar duas operações de combate ao contrabando de mercadorias e ao vazamento de informações sigilosas, que desarticularam uma quadrilha especializada no contrabando de telefones celulares falsificados na China.
“Prossigo com a consciência absolutamente tranquila, certo de que, seja como policial ou como secretário Nacional de Justiça, cumpri meu dever para com a sociedade. Tenho convicção de que o tempo e a Justiça brasileira encarregar-se-ão de restabelecer a verdade”, afirmou no documento.
Após 30 dias de férias, Tuma Jr. retornou ao trabalho na manhã desta segunda-feira e participou de uma reunião com representantes do ministério logo depois de saber da demissão. Segundo a assessoria, o ex-secretário está muito abatido e não quer falar com a imprensa.
Romeu Tuma Júinior comandava a Secretaria Nacional de Justiça desde setembro de 2007. Filho do senador Romeu Tuma (PTB-SP) – ex-diretor-geral da PF e do Departamento de Ordem Política e Social (Dops), cargo este ocupado durante a ditadura militar – o ex-secretário é delegado de carreira da Polícia Civil de São Paulo.