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Adeus Fidel!

Uma das mais importantes notícias internacionais dos últimos anos foi a renúncia de Fidel Castro, que aos 81 anos de idade abandonou a presidência do Conselho de Estado de Cuba. O “homem forte” que lutou ao lado de Che Guevara, deixou o comando da ilha de 11 milhões de habitantes, após passar quase meio século exercendo o poder de forma ditatorial (precisamente 49 anos) e o fez por graves problemas de saúde, deixando parte da população comovida e com sentimentos de orfandade.

A maior parte do povo cubano nasceu após a revolução socialista liderada por Fidel Castro, ou então, era ainda criança quando os revolucionários assumiram o poder, sendo assim, é compreensível que muitos estejam consternados com a “perda” do grande líder, embora os mais jovens estejam esperançosos de renovações e mudanças na condução política e econômica da ilha.

Na prática, em curto prazo, não deverá haver grandes alterações no cotidiano dos cubanos, eis que a Assembléia Nacional daquele país confirmou o irmão do “comandante-em-chefe”, Raúl Castro (76 anos), e que já estava exercendo interinamente a presidência em razão do afastamento provisório de Fidel, como presidente de Cuba, frustrando as expectativas daqueles que acreditavam em grandes alterações no regime da ilha neste momento.
 
Sinceramente, acredito que há muito de mito na história de Cuba, confundindo-se com a própria história de Fidel e de Che Guevara, porquanto, não obstante as transformações pelas quais passou a ilha após a revolução socialista, não fossem a localização geográfica e o período de disputas da chamada “guerra-fria”, Cuba não teria a fama que alcançou.

Para os simpatizantes da causa socialista Cuba é uma pérola e um exemplo de resistência ao imperialismo, já para os neoliberais, não passa de uma ilha atrasada, com carros obsoletos e governada até então por um ditador.

De fato, acredito que ambas as partes do dividido mundo do pós-guerra supervalorizaram Cuba. Os EUA, com seu poderio, impôs um terrível embargo econômico que perdura até hoje, já a antiga URSS, com sua precária ajuda econômica, seus mísseis nucleares, e seus automóveis Lada, pouco auxiliaram no desenvolvimento da ilha.

Por outro lado, devemos reconhecer que Fidel conseguiu dar comida, saúde, segurança e educação ao povo cubano (o que não ocorre aqui), transformando-o também em potência esportiva, porém, a custa de supressão da liberdade política, cultural e religiosa, fato que desmerece todas as demais conquistas, pois, como disseram os Titãs: “A gente não quer só comida”; ou então, como ensinou o Grande Mestre nazareno: “nem só de pão o homem viverá…”. Portanto, adeus, Fidel!

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