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Aeronáutica diz que dez fatores levaram ao acidente da TAM

O relatório divulgado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) revela pelo menos dez fatores que contribuíram para o acidente com o Airbus da TAM, que matou 199 pessoas em julho de 2007.

O documento lista aspectos operacionais, psicológicos e de projeto, que de alguma maneira levaram à colisão da aeronave com um depósito de cargas da companhia no Aeroporto de Congonhas.

De acordo com a Aeronáutica, a maioria dos fatores que causaram o acidente estão relacionados com a atuação dos pilotos Kleyber Lima e Henrique Stephanini Di Sacco.

Segundo o relatório, houve falta de instrução e pouca experiência de ambos, falhas na coordenação de cabine, erro, falta de percepção e perda de consciência situacional dos condutores da aeronave.

Os demais fatores listados são planejamento operacional, inadequação da supervisão gerencial, lacunas na regulação brasileira de aviação civil e falha no avião, que não alertou os pilotos sobre a possibilidade de erros na posição dos manetes (alavancas que aceleram a turbina do avião).

A Aeronáutica concluiu que houve deficiências “quantitativa e/ou qualitativa” na formação teórica dos pilotos, feita em cursos por computador, o que permitiu “a formação massiva, mas não garantia a qualidade da instrução recebida”.

Sobre as falhas na coordenação de cabine, o relatório mostra que pode ter havido “confusão na comunicação ou no relacionamento interpessoal ou inobservância de normas operacionais”, o que fez com que após o pouso, a tripulação não tivesse a percepção do que se passava momentos antes da colisão.

A experiência do piloto Di Sacco é questionada no relatório. Segundo a Aeronáutica, apesar da larga experiência em jatos comerciais, o piloto tinha apenas 200 horas de voo em aeronaves do modelo A-320.

O único item em que o documento cita a responsabilidade do governo é o que destaca que a falta de regras sobre a proibição de pousos em pista molhada também contribuiu para o acidente. Apesar de a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) exigir o funcionamento dos reversos (freios instalados na turbina) como condição para pousar em Congonhas desde 2006, a norma só foi regulamentada em 2008, depois do acidente.

“A regulamentação oportuna desse requisito teria impedido a operação da aeronave em Congonhas com a pista molhada”, de acordo com o texto.

Um falha do Airbus também é listada pela Aeronáutica entre os fatores que contribuíram para a tragédia. De acordo com a investigação, nenhum comando da aeronave alertava para o pouso com os manetes em posições distintas. Ou seja, é possível pousar com as alavancas em posições opostas sem que os pilotos sejam alertados do risco.

“Essa situação pode colocar a aeronave em uma condição crítica e, dependendo do tempo necessário para que a tripulação identifique essa configuração e dos parâmetros da pista de pouso, uma situação catastrófica poderá ocorrer”.

O relatório também cita aspectos como falta de luminosidade, falhas no planejamento de voo, ansiedade e estresse, embora a Aeronáutica, afirme que não foi possível comprovar a contribuição desses fatores para o acidente. <!– .replace('

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