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Agência Internacional de Energia Atômica teme Irã

A Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) da Organização das Nações Unidas (ONU) informou, em um relatório confidencial, temer o programa nuclear do Irã por suspeitar que existam atividades relacionadas ao desenvolvimento de armas. O documento foi obtido pela jornalista Bethany Bell, da agência BBC em Viena, onde fica a sede da agência. O governo iraniano, porém, nega as suspeitas.

De acordo com o relatório, há informações “consistentes e confiáveis” sobre as atividades nucleares conduzidas pelo Irã. “Isto levanta preocupações a respeito da possível existência no Irã de atividades secretas, no passado ou atuais, relacionadas ao desenvolvimento de uma carga nuclear para um míssil”, informa o documento.

No documento, a orientação é para que o governo do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, coopere com os inspetores da Aiea. Segundo os especialistas, a resistência do governo levanta mais suspeitas. O relatório confirma ainda que o Irã produziu uma pequena quantidade de urânio enriquecido a 20%.

Antes, o Irã produzia urânio enriquecido a 3,5% . Mas, as autoridades iranianas afirmavam que precisavam de urânio com um nível de enriquecimento maior para um reator que produziria isótopos nucleares para uso medicinal.

O governo do Irã nega que planeja produzir armas nucleares e insiste que o programa tem fins exclusivamente pacíficos. Mas, os Estados Unidos, a Inglaterra, França e Rússia pressionam para que a ONU estabeleça sanções contra o país.

Ontem (18) o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou que só será possível a não-proliferação nuclear quando houver desarmamento. Para o chanceler, é fundamental que o governo de Ahmadinejad atue para que seu país não desperte o temor no restante do mundo e aceite negociar com a Aiea.

“Não queremos que o Irã tenha ou possa despertar o temor em outros [países] que possam ter armas. Por isso é necessário o acordo. Achamos que o acordo proposto pela agência é uma base adequada”, disse Amorim, que participou de um debate promovido pelo congresso do PT em Brasília.

Segundo o chanceler, o desarmamento é a melhor a opção. “A verdadeira não proliferação só ocorrerá quando houver desarmamento. Houve vários passos [neste sentido]. Não é possível [resolver] tudo de uma só vez. Não queremos que haja uma proliferação de armas nucleares”, disse o chanceler, lembrando que o Brasil assinou o Tratado de Não Proliferação de Armas (TNP) e reitera a posição na Constituição.

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