Alceu Moreira alerta sobre exclusão do RS no zoneamento da cana-de-açúcar
O presidente da Assembléia Legislativa, deputado Alceu Moreira (PMDB), está preocupado com a possível exclusão do Estado do Rio Grande do Sul no zoneamento para produção de cana-de-açúcar, depois de receber informações extra-oficiais desta possibilidade oriundas do Ministério da Agricultura e da Casa Civil.
Caso este fato se confirme, Alceu Moreira disse tratar-se de uma retaliação sem justificativa com os gaúchos. “Estudos técnicos e científicos comprovaram que há plenas condições de zoneamento agroclimático para o plantio de cana no RS, com produtividade igual ou superior às encontradas nos estados do Paraná e São Paulo.
O presidente do Parlamento gaúcho alerta que a alegação da não inclusão do Estado no zoneamento por ter incidência de geadas, nas áreas indicadas para o plantio, não se sustenta. “Técnicos da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária – Fepagro elaboraram estudos onde rebatem um por um dos argumentos levantados pelo Ministério da Agricultura que excluem o RS. O Estado tem inúmeras áreas viáveis economicamente para o plantio e, em relação à exposição ao sol, por exemplo, tem duas horas a mais do que o maior produtor nacional que é São Paulo”, ressaltou Moreira.
Conforme Alceu Moreira, a decisão de incluir o Estado no zoneamento para produção de cana, a partir da redução das exigências como o grau da temperatura da região, foi garantida pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, ao secretário da Agricultura do RS, João Carlos Machado, na audiência realizada no dia 6 de agosto, em Brasília, no próprio Ministério.
Portanto, o não cumprimento desta garantia trata-se de uma punição, um boicote a pretensão do Rio Grande do Sul em ser um grande produtor de cana-de-açúcar e deixar de ser dependente da compra de outros estados da União. Hoje, o RS importa 90% do álcool que consome dos estados do Paraná e São Paulo.
Alceu Moreira lembra ainda que o Rio Grande do Sul planta cana-de-açúcar desde 1725. “Milhares de pequenas propriedades são voltadas ao consumo primário, de forma artesanal, sem nenhuma tecnologia, produzindo cachaça, melado e outros derivados, além da alimentação animal. Este plantio se espalha em todas as regiões do Estado”.
“A produção artesanal alcança em torno de 25 mil hectares, destes, apenas 2,4 mil hectares são destinados à produção de álcool, localizados no Litoral Norte, Vale do Salto do Jacuí, Costa do Rio Uruguai (Erechim e Porto Xavier principalmente) e áreas da Região Central, como Jaguari”, esclarece Alceu Moreira.
O deputado disse ainda, que é preciso oportunizar ao Estado a produção de forma profissional porque há potencial para uma área em torno de 600 mil a 1,8 milhão de hectares, para atender a demanda regional na produção de álcool. “Além disso, com a inclusão do RS no zoneamento da cana-de-açúcar, a planta de produção de polímero verde da Braskem poderá ser implantada em sua totalidade, uma vez que a demanda pelo produto será triplicada”, destacou Moreira.
Finalizando, Alceu Moreira ressaltou que o Estado perderá muito economicamente com a não inclusão do plantio da cana, na arrecadação de impostos, ICMs, geração de empregos e no financiamento do BNDES para a construção de novas usinas. “Irei mobilizar todos os atores técnicos, políticos e demais segmentos de nossa sociedade envolvidos nesta cadeia produtiva para pressionarmos o Governo Federal a incluir o Rio Grande do Sul no mapa verde da cultura de cana-de-açúcar”, garantiu o presidente.