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Educação

Alunos da Apae recebem certificados em cerimônia emocionante em Osório

IMG_7198Farinha de trigo, leite, chocolate, amor e compreensão. Estes foram alguns dos ingredientes utilizados pelo grupo do projeto de extensão “Panificação Inclusiva”, realizado ao longo do ano pelo Câmpus Osório com a turma Aprendizagem Comercial da Escola de Educação Especial Vó Eugênia – Apae de Osório. Os certificados pela participação nas oficinas foram entregues na noite de 2 de dezembro de 2014, em uma solenidade emocionante que culminou com a exibição de um vídeo com depoimentos dos alunos e equipe da Apae (o vídeo pode ser acessado no canal do Câmpus Osório no YouTube, no link http://youtu.be/X-1BiiyYPyk). Os resultados desta receita não poderiam ser mais bonitos: inclusão, qualificação profissional e resgate de valores.

O projeto surgiu com o objetivo de propiciar a interação e a troca de saberes na área da panificação através de oficinas práticas em torno da elaboração de alimentos saudáveis e integrais. Mas tomou uma dimensão muito maior, conforme conta a coordenadora da ação, professora Flávia Twardoswki Pinto: “As bacias ficavam pequenas diante de tantas mãos que queriam sovar a massa. A equipe da Apae nos contava que eles se mobilizavam para a próxima aula. Queriam fazer os produtos em casa para oferecer aos familiares, mostrar o que aprenderam. Um orgulho saber que estávamos colaborando para a inserção deles no mercado de trabalho, não como atividade filantrópica – como ainda é vista por muitos empregadores -, mas despertando cada um para a sua capacidade de produzir, de sentir-se útil, por meio da profissionalização”.

Em dez oficinas, realizadas de abril a novembro, os alunos colocaram a “mão na massa”, literalmente, produzindo pães, bolos, cup cakes, e outras delícias. Mas os efeitos mais sensíveis, segundo a professora da turma, Fabiane Linhares, não foram os produtos retirados do forno. “Foi incrível a melhora na coordenação motora e na motricidade fina e ampla, que possibilita fazer coisas simples como manipular e picar alimentos. As oficinas também contribuíram para a aprendizagem de outros saberes, como a importância da higiene, de disciplinas como história e geografia para estudar a origem dos produtos de panificação produzidos, a cultura dos países, bem como a matemática, no que diz respeito a quantidades e proporções”.

O orgulho da professora torna-se pequeno perto do que é sentido pela mãe do aluno Julio Costa da Silveira, de 29 anos, de Palmares do Sul. Ele resolveu sair da indústria de calçados em que trabalhava para ajudar a mãe, Gladis Terezinha Costa, na produção de salgados. “Ficava encantada com a pasta que ele trazia para casa, com as receitas contendo todos os ingredientes e quantidades em forma de desenho, para facilitar a compreensão. Escolhemos os ingredientes, fazemos as compras e produzimos juntos. Sabia que meu filho poderia se encontrar na vida, e hoje ele contribui para o aumento da renda familiar. Futuramente quero colocar uma padaria, e ele vai ser meu padeiro e confeiteiro” – conta Dona Gladis.

O projeto teve como bolsista a aluna Ana Paula Wagner Steinmetz, e como voluntários Luiza de Souza Ferreira, Rafaela Carniel, Luiz Ricardo Nemer Calmon e Simone Xavier Terra.

Gabriela Morel

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