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Ambientalistas do Litoral Norte Pedem Suspensão de Projeto de Esgoto no Rio Tramandaí e Defendem Alternativa Sustentável

Representantes do Movimento Unificado em Defesa do Litoral Norte se reuniram hoje (21) com a Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, solicitando apoio para uma alternativa sustentável ao projeto de esgoto sanitário que está sendo desenvolvido pela Aegea.

O projeto, que resultou da privatização da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) em dezembro de 2022, prevê o lançamento de efluentes de condomínios no Rio Tramandaí e na Lagoa Quadro, em Capão da Canoa.

Os ambientalistas alertam para os riscos ambientais significativos que esse projeto pode trazer à região, incluindo a deterioração da qualidade da água potável e impactos negativos em atividades econômicas e recreativas.

Durante a reunião, o engenheiro Bento Perrone criticou o processo de licenciamento ambiental da obra, apontando que ele foi conduzido de maneira inadequada, ignorando as preocupações das comunidades tradicionais e os estudos do Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos (Ceclimar) da UFRGS.

Proposta alternativa: emissário submarino

João Vargas, outro membro do movimento, sugeriu a construção de um emissário submarino como uma solução ambientalmente menos agressiva, que poderia conduzir o esgoto tratado diretamente ao mar.

Ele ressaltou que, embora essa solução seja menos prejudicial, a longo prazo, é necessário desenvolver tecnologias que permitam o reaproveitamento da água para usos como irrigação agrícola.

Tiago Domingues, também ambientalista, reforçou a viabilidade dos emissários submarinos, citando exemplos de sucesso em diversas regiões costeiras ao redor do mundo.

Audiência pública e suspensão das obras

O deputado Matheus Gomes (PSOL), que apoiou o movimento ao convidá-los para a reunião, solicitou uma audiência pública para aprofundar o debate.

Ele defendeu a suspensão imediata das obras para evitar um desastre socioambiental no Litoral Norte, enquanto soluções mais sustentáveis são discutidas.

A continuidade desse diálogo entre os ambientalistas, a Assembleia Legislativa e a população é vista como crucial para garantir a proteção dos recursos naturais e o desenvolvimento de alternativas que atendam às necessidades da região sem comprometer o meio ambiente.

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