Anefac prevê queda de juros de empréstimos caso Selic caia
Por essa estimativa, a taxa média de juros passa de 6,18% para 6,14% ao mês. Entre as taxas que devem sofrer maior influência está a de financiamento de veículos, que pode passar, na média, de 1,85% para 1,81% ao mês. Já a taxa mensal do cartão de crédito, a mais alta, vai de 10,69% para 10,65%. A do cheque especial passa de 8,24% para 8,2%. E os juros cobrados no comércio caem de 4,72% para 4,68% ao mês.
Segundo o estudo da Anefac, há “um deslocamento muito grande entre a Selic e as taxas de juros cobradas aos consumidores”. Isso ocorre porque na taxa de juros cobrada dos consumidores há alguns custos embutidos. A influência da Selic está na queda do custo de captação de recursos pelos bancos. Quanto a taxa básica é reduzida, o custo de captação pelos bancos diminui.
Mas outros custos permanecem, como impostos e depósitos compulsórios, despesas administrativas das instituições financeiras e o risco, uma vez que parte dos clientes não vai pagar o empréstimo. Os bancos também tiram das taxas de juros o lucro por emprestar dinheiro.
Além da influência nas taxas de juros, a alteração na Selic muda a forma de remuneração da poupança. Em 4 de maio deste ano, o governo editou a Medida Provisória (MP) 567, que estabeleceu nova regra para a remuneração de poupança, sempre que a taxa básica de juros, a Selic, for igual ou menor que 8,5% ao ano. Nesse caso, a forma de remuneração passou a ser 70% da taxa Selic mais a Taxa Referencial (TR), calculada todos os dias pelo BC.
No dia 30 de maio, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC reduziu a Selic em 0,5 ponto percentual, para 8,5% ao ano, atual patamar da taxa. Assim, a regra de remuneração, que era TR mais 0,5% ao mês, mudou para os novos depósitos. Aqueles feitos antes da MP continuaram com a forma de rendimento antigo. No site do BC, é possível conferir a remuneração e as regras da poupança.
O Copom reduz a Selic quando considera que a inflação está sob controle e quer estimular a atividade econômica. A economia este ano está em ritmo mais lento, o que tem levado à revisão das projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país. A estimativa do BC passou de 3,5% para 2,5%. Já a de instituições financeiras consultadas todas as semanas pelo BC caiu de 2,05% para 2,01%, este ano. Hoje, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) também reduziu sua estimativa de expansão do PIB, de 3% para 2,1%.