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Apenas 47,3% dos consumidores afirmam não comprar produtos piratas mesmo que o preço seja atrativo

Pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) que aponta o comportamento dos brasileiros em relação ao consumo sustentável, trouxe preocupação para a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do rio Grande do Sul – FCDL-RS, no que diz respeito ao baixo índice de pessoas entrevistadas que apontaram não comprar produtos falsificados. Apenas 47,3% afirmaram que não compram esses itens mesmo que o preço seja atrativo e 59,3% disseram não o fazer porque não querem financiar o crime organizado.

Para o presidente da FCDL-RS, Vitor Augusto Koch, os indicadores mostram que é preciso ampliar o combate à pirataria, conscientizando a população sobre os malefícios que esta prática gera para os lojistas legalizados. Segundo ele, comprar produtos piratas só cria problemas para os consumidores, na medida em que não podem reclamar caso o artigo adquirido tenha algum tipo de defeito, e, muito fortemente, para os comerciantes, que acabam pagando seus impostos em dia e tendo de enfrentar a concorrência desleal e informal.

– Como integrante do Comitê Interinstitucional de Combate à Pirataria, juntamente com o Ministério Público e entidades governamentais e privadas, a FCDL-RS é totalmente contra essa prática, pois ela acaba inibindo a regularização de negócios e a geração de emprego e renda. Os lojistas que cumprem suas obrigações legais, gerando impostos, postos de trabalho e massa salarial, não podem ficar a mercê deste tipo de ação. É preciso mais rigor e eficiência para coibir a pirataria em todo o país. A Federação trabalha muito a questão da conscientização da população sobre os prejuízos gerados pela falsificação de produtos e os riscos que eles oferecem – enfatiza Vitor Koch.

A FCDL-RS aponta que nos anos 90, o comércio ilegal e a economia informal eram responsáveis por cerca de 30% do PIB brasileiro e gaúcho. No entanto essa porcentagem foi caindo com o fim da hiperinflação, desenvolvimento de controles fiscais e de aumento no policiamento. Ainda assim, os números preocupam. Atualmente, a estimativa é que esse índice esteja próximo de 18% do PIB nacional.

O estudo realizado pelo SPC insere a questão referente a aquisição de produtos piratas no subindicador de práticas de engajamento social, que analisa a disposição do consumidor em pensar coletivamente, medindo as consequências de seus atos na sociedade, além da capacidade de incentivar as demais pessoas a também consumir de maneira responsável. Neste aspecto, as práticas sociais mais adotadas foram o incentivo para que as pessoas da casa economizem luz e água, com 90,9% da preferência, preferir passar o tempo livre com a família e amigos ao invés de fazer compras (85;9%) e apoiar o controle da propaganda (77,4%).

Denominado de Indicador de Consumo Consciente (ICC), o levantamento mostra que apenas três em cada dez brasileiros podem ser considerados consumidores consciente de fato, totalizando 32 pontos percentuais, mas que representa um acréscimo em relação a 2015, quando eram apenas dois em cada dez pessoas ouvidas. Nas três dimensões que compõem o conceito de consumo consciente os resultados obtidos foram abaixo do desempenho social de 80%. Práticas ambientais teve 72,5%, prática financeiras (73,8%) e práticas sociais (70,6%).

César Moraes

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