Após passar pelo RS e virar bomba: ciclone no Atlântico Sul atinge pressão de furacão
Um ciclone bomba no Atlântico Sul surpreendeu ao se intensificar drasticamente, com queda de 62 hPa em apenas 48 horas, segundo análise do Centro Meteorológico Europeu.
Para um sistema ser classificado como ciclone bomba, a pressão atmosférica deve diminuir pelo menos 24 hPa em um dia, o que torna essa intensificação um fenômeno notável.
O sistema foi localizado ao norte das Ilhas Geórgia do Sul e Sandwich do Sul, a cerca de 2.500 quilômetros a sudeste do Rio Grande do Sul, sem risco para o Brasil.
Sua formação, registrada na noite de domingo perto do litoral do Uruguai, organizou uma linha de instabilidade e trouxe temporais severos para o Rio Grande do Sul, com ventos superiores a 100 km/h que causaram apagões e danos generalizados.
Embora ciclones intensos sejam comuns ao sul do Atlântico, a formação de um ciclone bomba com uma queda de mais de 60 hPa em dois dias é rara nesta região e época do ano.
Mapas meteorológicos mostram que no domingo, o sistema tinha uma pressão de 999 hPa, localizada próximo à província de Buenos Aires.
Em 24 horas, a pressão caiu para 970 hPa, cumprindo o critério de ciclone bomba.
Nesta terça-feira, o sistema atingiu 937 hPa, equivalente a um furacão de categoria 4 no Atlântico Norte, destacando sua potência.
Felizmente, como o ciclone se formou longe da costa e se deslocou rapidamente, não houve ventos ciclônicos prolongados no Brasil, ao contrário do evento de julho de 2020.
Mesmo distante, o ciclone bomba gera um extenso campo de ventos fortes e ondas (swell) no Atlântico Sul, segundo a MetSul.
O litoral do Rio Grande do Sul já sente os efeitos da agitação marítima, com previsão de ressacas moderadas que também atingirão as praias de Santa Catarina e Paraná.
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