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Arroz e feijão são destaque da safra recorde de grãos no RS

A produção de arroz e feijão foi o destaque da safra recorde de grãos estimada pela Emater para o Rio Grande do Sul durante o período 2010/2011. De acordo com os dados da instituição, divulgados neste mês, o crescimento de 15,90% da cultura de arroz em relação à safra anterior – cerca de um milhão de toneladas a mais – impulsionou o bom desempenho no período, assim como o crescimento de 7,26% na safra do feijão. A produção total de grãos no estado deve atingir 23,62 milhões de toneladas.

Segundo o economista do Núcleo de Análise Setorial da Fundação de Economia e Estatística Vanclei Zanin, a estiagem que atingiu o estado recentemente, resultado do fenômeno La Niña, não interferiu, de maneira tão significativa, na produção de grãos.

“A principal cultura localizada na Metade Sul, local afetado pela escassez de chuvas, é a de arroz, que, por características produtivas, sofre menos com a estiagem”, salienta. Em 2010, a safra de arroz foi prejudicada pelo grande volume de chuvas que atingiu o Rio Grande do Sul. Neste ano o grão deve apresentar produtividade de mais de 7 mil kg/ha, cifra superior à última safra. O economista destaca também o aumento da área de cultivo como outro fator responsável pelo crescimento estimado para a colheita do arroz.

Os números positivos da safra do arroz e do feijão influenciaram a expressiva queda do valor desses produtos no mercado. Seus preços médios atuais (R$ 21,73 para o arroz e R$ 71,85 para o feijão) estão abaixo dos preços mínimos garantidos pelo governo (R$ 25,80 para o arroz e R$ 80,00 para o feijão) e são inferiores à média do período 2005-09 (R$ 83,19 e R$ 29,30, respectivamente). No dia 22 de fevereiro, o governo federal divulgou no Diário Oficial a adoção de medidas de apoio à comercialização do feijão e do arroz. Zanin destaca os riscos que essa queda pode acarretar se não for contida: “O baixo preço do produto prejudica diretamente o produtor rural, que tem sua renda diminuída”.

Já o milho, com queda de 8%, e a soja, com estabilidade de produção em relação à safra anterior, fazem parte de outro cenário. Com demanda em alta, seus preços estão mais elevados – o crescimento dos valores foi, respectivamente, de 40% e 12% em relação ao ano passado.

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