Bolha de calor e seus impactos no RS
O intenso calor registrado recentemente na Argentina, Paraguai e Bolívia trouxe reflexos diretos para o sul do Brasil, especialmente no Rio Grande do Sul.
Marcas de até 44,3ºC na Argentina e 43,0ºC no Paraguai foram registradas, impulsionadas por uma bolha de calor que se manteve persistente na região.
No Brasil, essa condição climática provocou altas temperaturas, alcançando 40,6ºC em Porto Murtinho, Mato Grosso do Sul, e 39,4ºC em Marechal Cândido Rondon, no Paraná. São Paulo também sentiu o impacto, registrando 39,4ºC em Registro e 34,3ºC na capital.
O calor intenso, habitual na primavera, surpreende pela sua presença em janeiro, uma época geralmente mais chuvosa no Centro-Oeste e Sudeste do país.
A exceção são as regiões litorâneas de São Paulo e Rio de Janeiro, que têm, nesse período, temperaturas mais altas.
A situação é reflexo de uma bolha de calor, uma área de alta pressão atmosférica que aprisiona o ar quente, impedindo a formação de chuvas, segundo a MetSul.
Essa condição climática, considerada incomum para essa época do ano, pode estar associada a mudanças climáticas globais, segundo estudos.
Apesar da intensidade, a frequência de chuvas e temporais no Rio Grande do Sul tem impedido a instalação do calor extremo na região.
No entanto, os temporais causaram danos em diferentes áreas do estado, graças à atmosfera aquecida e com maior umidade.
Embora a situação deva amenizar nos próximos dias, com máximas menores, o calor extremo ainda persistirá em áreas do Paraguai, Argentina e norte do Sul do Brasil.
Especialistas destacam que eventos como esse estão se tornando mais frequentes, possivelmente associados às mudanças climáticas.