Bombeiros realizam simulado em Tramandaí
Nesta época do ano, não há disputa por espaço nas areias de Tramandaí, no Litoral Norte.
Mesmo com o céu azul e uma temperatura agradável, havia mais bombeiros do que banhistas na beira da praia.
O motivo da mobilização dos guarda-vidas é a chegada da Operação RS Verão Total 2020, que engloba ações em áreas como segurança, transportes, saúde e ambiente. Oficialmente a força-tarefa promovida pelo governo do Estado começa dia 21 de dezembro, mas a preparação já começou.
Na manhã desta quinta-feira (28/11), enquanto guarda-vidas civis realizavam exercícios de preparação física, o Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul (CBMRS) deu uma amostra de todo o aparato que será utilizado para os salvamentos em praias e rios durante o verão.
Entre os equipamentos estão 20 quadriciclos, que, neste ano, irão contar com aparelho desfibrilador integrado. A intenção é agilizar o resgate de emergências cardíacas em áreas distantes das guaritas da corporação.
Cerca de 650 militares – entre bombeiros e brigadianos – estão prontos para assumir os postos. E desde 20 de novembro, 451 civis realizam treinamento para estarem aptos à execução de funções relacionadas à atividade de salvamento aquático. Esse é o maior número de guarda-vidas civis temporários desde o início do projeto, em 2004.
Bombeiros experientes cumprem papel decisivos nos salvamentos. É o caso de Cristiano Resler, que vai para sua 12ª Operação Verão. O soldado atua no pelotão de aquática da Companhia Especial de Busca e Salvamento (CEBS), em Porto Alegre. Quando chega dezembro, ele faz questão de “se mudar” para o Litoral Norte.
“Não saberia precisar quantos salvamentos, mas foram muitos ao longo desses anos. Para que isso seja possível, o treinamento começa no inverno e não para mais. A questão é estarmos bem condicionados para prestar o melhor serviço possível”, relata Resler.
O chefe da assessoria de operações do CBMRS, major Isandré Antunes, aproveitou a oportunidade para explicar como funcionará o sistema de bandeiras de sinalização na beira da praia. A delimitação da área de banho será indicada por meio de flâmulas coloridas: verde, amarelo e vermelho. As diretrizes foram alinhadas a partir das peculiaridades do litoral gaúcho e conceitos internacionais de Prevenção ao Afogamento, com os corpos de bombeiros militares do restante do país e a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático.
Para que as bandeiras tenham efetividade, cada uma definirá uma raia delimitada. As chamadas áreas de coberturas terão 300 metros, 200 metros e 100 metros de acordo com o grau de periculosidade do mar (veja detalhamento abaixo).
“Quanto maior o risco, mais próximo o pessoal terá de estar das guaritas. Se nós podemos vê-lo, nós podemos protegê-lo. O guarda-vidas tem de enxergar o banhista para ter condições de oferecer mais segurança na hora do salvamento. É por isso que é melhor ficar mais perto da guarita quando a bandeira, por exemplo, for vermelha”, explica Antunes.
ÁREAS DELIMITADAS PARA BANHO
Bandeira verde – mar bom
Indica que o mar está bom, sem buracos e poucas formações de ondas, com correntes fracas ou inexistentes. Neste caso, a área de cobertura do guarda-vidas é de 300 metros, sendo 150 metros de distância à direita ou à esquerda do posto de salvamento (guarita).
Bandeira amarela – cuidado no mar
Indica que a água oferece risco para o banho, com necessidade de atenção. Aponta alterações no mar. Você pode entrar na área sinalizada, mas deve tomar cuidado com ondas, buracos e correntes de retorno. Nesse caso, a área de cobertura do guarda-vidas é de 200 metros, sendo 100 metros de distância à direita ou à esquerda do posto de salvamento (guarita).
Bandeira vermelha – mar perigoso
Indica que o mar está muito perigoso, com grandes ondas, muitos buracos e correnteza forte. Crianças e pessoas com dificuldade de locomoção podem ser arrastadas. O banho não é recomendado e o risco de emergência aquática aumenta. Nesse caso, a área de cobertura do guarda-vidas é de 100 metros, sendo 50 metros de distância à direita ou à esquerda do posto de salvamento (guarita).
Avanço na água
Seja em rios ou no mar, o recomendado é avançar, no máximo, até o limite em que água atingir a cintura. Mesmo assim, já existe risco de o banhista ser arrastado pela correnteza.
Agilidade no resgate
Quando o banhista obedece as sinalizações e o limite indicado pelas balizas de banho, o guarda-vidas consegue estabelecer um padrão de conduta preventiva e atender a um maior número de pessoas. Além de ficar atento às bandeiras, se deve prestar atenção aos silvos dos apitos dos socorristas.
Ao escolher um lugar na areia, prefira locais próximos do campo de visão dos guarda-vidas. Pode-se até não enxergá-los no alto das guaritas, mas, se eles puderem vê-lo, sua proteção está garantida.