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Botequim de esquina versus Assembléia do Rio Grande

Depois do Verão os jornais do Rio Grande do sul, continuam publicando notícias. Das  mais variadas…

Chama a atenção a   manchete, do ZH de 26.03, na qual o sr. Giovani Cherine, diz que a “ Assembléia  tem controle de Botequim de Esquina”.

Diz isto para tornar pública a sua indignação pelos casos de pagamentos indevidos a servidores e para dizer  que, em três anos a casa legislativa gastou 2,3 milhões com pagamentos irregulares de salário.

Diz o presidente que tomará medidas para colocar um fim nas irregularidades. Até ai está certo o Presidente. Engana-se, somente, ao comparar os controles ridículos da Assembleia aos mantidos pelos  botequins da esquina. Os botequins de esquina tem, talvez, o controle mais rigoroso que existe.

Isto se explica porque o dono ou a dona do botequim de esquina é um pequeno empresário que colocou todos os seus  recursos no negócio da sua vida. Deste controle rigoroso com o qual cuida o que  é seu depende o sucesso do pequeno empreendimento e, consequentemente, o seu sustento  e o futuro de seus familiares.

Muitos botequins de esquina são propriedade de homens ou mulheres quase analfabetos mas cujos filhos, estudam na Ulbra ou na Puc. Imagine o  senhor presidente, se este negócio tem um controle igual ao da Assembleia, pagando indevidamente seus fornecedores ou funcionários. Se o botequim da esquina tivesse o controle de pagamento que a Assembleia do Rio Grande tem, quebraria no primeiro semestre de atividades.

O botequim da esquina, ao contrario do que diz  o presidente, tem  um controle rigoroso de seus  recebimentos e de seus pagamentos o que prolonga a sua existencia como fonte de renda e de serviços por muitos e muitos anos. E é assim,  porque o dono do botequim sabe da onde sai o dinheiro e consequentemente, sabe aonde tem que aplicá-lo e, jamais o faz em pagamentos indevidos. A casa legislativa do Rio Grande não tem qualquer compromisso com quem lhe fornece os recursos financeiros e não tem qualquer tipo de  controles que  garantam o mínimo de certeza de que o pagamento das despesas do cafezinho correspondem aos valores efetivamente consumidos.

Certamente o presidente, ao contrário do dono do Botequim da Esquina, não  tem certeza do que está pagando. É Preciso que o Sr. Presidente edite um Decreto Legislativo criando uma estrutura de Tesouraria e coloque um Profissional de notório saber e reputação ilibada  para chefiá-la ficando, o mesmo, responsável por todos os pagamentos realizados.

Neste mesmo decreto, criaria um dispositivo de segurança que permitiria que as contas da Assembleia, pagas, pela tesouraria fossem auditadas semestralmente. Se o senhor presidente fizesse isto seu nome seria inscrito no rol dos  grandes homens deste estado e, certamente, as manchetes futuras dos jornais diriam em letras garrafais que a nossa Assembléia tem rígidos controles  pagamentos e que os seus gestores, a maneira dos gringos  donos de botequins de esquina – talvez parentes longe do presidente Cherine-  são zelosos de seu patrimônio e só pagam o que realmente é devido.

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