Brasil sedia etapas decisivas do Circuito Mundial de Surfe Profissional
As cidades de Ubatuba no litoral norte de São Paulo e de Imbituba na região sul de Santa Catarina já respiram ares de Circuito Mundial com o início da instalação das estruturas que vão abrigar os dois maiores eventos do calendário sul-americano de surfe profissional. O primeiro deles é o Onbongo Pro Surfing , que depois de 4 anos em Florianópolis vai estrear na Praia de Itamambuca nos próximos dias 24 a 29 em Ubatuba. Em seguida, começa o prazo de realização do Nova Schin Festival WCT Brasil 2006, apresentado pela Billabong , que vai do dia 30 de outubro a 08 de novembro, com a sede principal do evento móvel pelas principais praias do estado também saindo da capital catarinense para a Praia da Vila, em Imbituba, cerca de 90 Km ao sul de Florianópolis. Os dois eventos vão transformar o Brasil na grande capital mundial do surfe, promovendo os últimos desafios antes das finais da temporada no Havaí.
Toda a expectativa é para que o Nova Schin Festival WCT Brasil 2006 possa decidir o título mundial pela terceira vez seguida no Brasil. Foi nas ondas da Praia da Vila que o havaiano Andy Irons confirmou o tricampeonato em 2004 e onde Kelly Slater comemorou o heptacampeonato no ano passado. Assim como em 2005, o norte-americano pode garantir mais um troféu de campeão do WCT na Europa. Consegue o feito se vencer o Billabong Pro Mundaka , mas o octacampeonato pode ser conquistado na Espanha com o tropeço dos nove surfistas que ainda têm chances matemáticas de superar os 7.017 pontos que Kelly Slater já atingiu com os oito resultados que são computados no ranking final da temporada. São eles, por ordem de classificação: Taj Burrow (AUS), Andy Irons (HAV), Joel Parkinson (AUS), Mick Fanning (AUS), Taylor Knox (EUA), Bobby Martinez (EUA), Damien Hobgood (EUA), Tim Reyes (EUA) e Bede Durbidge (AUS), os dois últimos com remotas chances por precisarem vencer as três etapas que fecham o ano.
“FLAT” NA ESPANHA – Apesar do clima de decisão de título mundial na Espanha, o heptacampeão nem compareceu para a sua estréia no Billabong Pro Mundaka na última bateria realizada na terça-feira e já está escalado para abrir a repescagem contra o espanhol Hodei Collazo. O confronto vencido pelo norte-americano C. J. Hobgood foi o último realizado em Mundaka e, devido às condições do mar, até agora só foram disputadas oito das dezesseis baterias da primeira fase classificatória. Por falta total de ondas, a competição foi adiada na quarta-feira e também na quinta, com uma nova chamada marcada para às 7:30 horas (horário local) desta sexta-feira na Espanha. O último desafio antes do Nova Schin Festival WCT Brasil tem prazo até o dia 14 para ser encerrado na cidade de Euskadi.
Os brasileiros vão ter uma grande chance de melhorarem suas posições no ranking mundial em Santa Catarina e é grande a torcida por uma inédita vitória verde-amarela que quase foi conquistada pelo cabo-friense Victor Ribas no ano passado. Por uma pequena diferença, ele acabou superado pelo norte-americano Damien Hobgood na Praia da Vila, que ficou lotada numa vibração incrível pelo heptacampeonato mundial de Kelly Slater. Ele tinha sido barrado pelo sul-africano Travis Logie, mas garantiu o título com a derrota do havaiano Andy Irons para o australiano Nathan Hedge.
ONBONGO DECISIVO – No WQS, os brasileiros também terão uma prova decisiva na estréia do Onbongo Pro Surfing em Ubatuba. Será o último evento com nível máximo 6 estrelas, de 2.500 pontos, antes do fechamento da temporada no Havaí. É a grande chance do Brasil reforçar seu número de representantes na elite mundial do ano que vem. No momento, o único que está confirmando sua permanência entre os 27 que são mantidos pelo ranking do WCT é o paulista Adriano de Souza. Já no WQS, o cabo-friense Victor Ribas e o catarinense Neco Padaratz já estão com suas vagas praticamente garantidas, com o pernambucano Bernardo Pigmeu, o carioca Leonardo Neves e o gaúcho Rodrigo Dornelles ocupando os últimos lugares na lista dos 15 que sobem para o WCT pelo ranking de acesso.
Nas quatro edições realizadas em Florianópolis, só no ano passado os brasileiros conseguiram quebrar um tabú na Praia Mole, com o cearense Heitor Alves faturando o título do Onbongo Pro Surfing numa final 100% verde-amarela contra o carioca Raoni Monteiro, a primeira da história do evento decidida numa bateria homem-a-homem, sistema de disputa antes utilizado apenas no WCT e que foi implantado nas principais provas do WQS no ano passado. Até então, os estrangeiros mantinham uma soberania na capital catarinense, apesar da vitória de Patrick Beven em 2003, niteroiense de nascimento que há muitos anos reside na Europa e representa a França no Circuito Mundial da ASP.
O defensor do título do Onbongo Pro Surfing é o próximo brasileiro a aparecer no ranking do WQS e vem embalado de uma vitória na etapa do SuperSurf realizada em Itacaré (BA). O cearense Heitor Alves está em vigésimo lugar na classificação geral da divisão de acesso, uma posição acima de Patrick Beven. Depois deles, os mais próximos da lista dos 15 surfistas do WQS que serão promovidos para o WCT são o alagoano Marcondes Rocha (32.o lugar), o paranaense Jihad Kohdr (34.o), o cearense André Silva (38.o), o carioca Marcelo Trekinho (47.o), o catarinense Jean da Silva (54.o) e o ubatubense Odirlei Coutinho (55.o), que vai competir em casa no Onbongo Pro Surfing 2006.
BILLABONG PRO MUNDAKA – Primeira fase classificatória:
01: 15 ,84 =Luke Stedman (AUS), 13,00=Pedro Henrique (RJ) , 12,83=Tom Whitaker (AUS)
02: 10 ,83 =Tim Reyes (EUA), 6,90=Victor Ribas (RJ) , 6,83=David Weare (AFR)
03: 16,33=Bobby Martinez (EUA), 11,10=Mikael Picon (FRA), 0,00=Adriano de Souza (SP)
04: 11 ,84 = Jarrad Howse (AUS), 9,20=Taylor Knox (EUA), 7,73=Trent Munro (AUS)
05: 15 ,00 =Damien Hobgood (EUA), 14,33=Toby Martin (AUS), 10,77=Cory Lopez (EUA)
06: 15 ,90 =Joel Parkinson (AUS), 14,84=Travis Logie (AFR), 14,07=Adrian Buchan (AUS)
07: 16 ,83 =Mick Fanning (AUS), 11,10=Yuri Sodré (RJ) , 8,17=Shaun Cansdell (AUS)
08: 10 ,17 =C. J. Hobgood (EUA), 9,50= Hodei Collazo (ESP), 0,00=Kelly Slater (EUA)
Baterias não realizadas na terça-feira, último dia de disputas na Espanha:
09: Andy Irons (HAV), Fredrick Patacchia (HAV), Hira Teriinatoofa (TAH)
10: Taj Burrow (AUS), Greg Emslie (AFR), Luke Egan (AUS)
11: Phillip MacDonald (AUS), Nathan Hedge (AUS), Raoni Monteiro (RJ)
12: Dean Morrison (AUS), Michael Lowe (AUS), Roy Powers (HAV)
13: Daniel Wills (AUS), Jake Paterson (AUS), Marcelo Nunes (RN)
14: Bruce Irons (HAV), Chris Ward (EUA), Troy Brooks (AUS)
15: Bede Durbidge (AUS), Pancho Sullivan (HAV), Paulo Moura (PE)
16: Mark Occhilupo (AUS), Darren O'Rafferty (AUS), Peterson Rosa (PR)