Brasil, um Titanic ameaçado – Suely Braga
A arte de ser brasileiro com a magia de um modo meigo era tudo que o mundo queria. Os turistas se maravilhavam com este país lindo e tropical.
Praia, futebol, carnaval, samba. As maravilhas da natureza, a beleza do Rio de Janeiro, Cidade maravilhosa, os grandes prédios de Brasília, as riquezas de São Paulo, a Amazônia, pulmão do mundo.
As festas, as músicas, as artes, o folclore, a variedade de culturas.
O mundo todo falava do gingado de um povo trabalhador, sofrido, ingênuo que derramava e adubava o solo com seu suor. Tudo era sereno.
A ambição contagiou o mundo político que foi corrompido e ali se instalou a corrupção. Desde um DVD pirata, um carteiraço num guarda de trânsito, dirigir embriagado ferindo e matando pessoas, o desrespeito aos direitos humanos, a violência que campeia em todos os cantos.
Os sem teto protestam por falta de moradia, os sem-terra formam fileiras em busca de terra, porque nunca se fez reforma agrária, os indígenas e quilombolas são exilados de suas terras. A educação é uma ironia virou mercadoria, a cultura é bombardeada, a saúde está cada vez mais precarizada. As pessoas morrem sem assistência, sem médicos, sem hospitais, por falta de remédios. O desemprego assolou o país.
A fome campeia pelo país inteiro.
Um povo criativo que se encontra chicoteado passivo, amedrontado pela polícia que ataca os protestos pacíficos, dispersando-os com bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha, ferindo os participantes.
A justiça está com a boca amarrada e a balança pesa para o lado dos pobres, do negros dos moradores das periferias. Os políticos são ladrão, o presidente é ladrão, o Congresso é um covil da canalhas e ladrões. É o naufrágio desta Nação num mar de lema.
Será que o país está neste caldeirão? Onde dominam são os bandidos? Onde está a democracia? Foi tragada por um regime de exceção.