Breves poemas breves – Sérgio Agra
BREVES POEMAS BREVES
Da série Meus Poemas Satânicos e Meus Haikais Transgressores
Sob os céus do outono
Céu de brigadeiro nas tardes de outono.
As mãos cheirando a livro abrem bergamotas de poesia.
O leitor veste o pijama da monotonia,
dá um bocejo e cai no sono…
O escritor, o tempo e o vento
Para o leitor,
ociosamente,
dono único de seu tempo,
tudo o mais é prolixo.
O escritor
solenemente
lança palavras ao vento
e ao lixo.
“Brasil, ame-o ou deixe-o!”.
Por mais que isso me doa,
vou-me embora pra Lisboa!
CPI da COVID-19, reles bataclã,
em que nordestinos hão de reinar:
Alencar, Nogueira, Jereissati e Renan.
Na Papuda
os coiotes do Congresso
vão ter cama polpuda?
Deus ordenou: “Fiat Lux!”
O ministro Fachin contestou:
“Já me basta o Luiz Fux!”.
Chora a pequena Diamantino
pelo filho Gilmar Mendes,
do Supremo o michêcaborino.
Filhos? Sim, havemos de tê-los,
ainda que, desprevenidos,
arranquem-nos os cabelos.