Buscas da caixa-preta de Airfrance serão retomadas
O avião, que ia do Rio de Janeiro para Paris, caiu em alto mar com 228 pessoas, sendo 58 brasileiros. Apenas 50 corpos foram encontrados.
Arslanian explicou que as mensagens de manutenção enviadas pela aeronave para a central da empresa em Paris não estão na ordem correta dos eventos que relatam, o que dificulta a sua interpretação. Mas existe a informação de que a aeronave registrou velocidades divergentes e que deve ter batido no mar com forte aceleração.
Ele informou que estão em curso estudos para melhorar a posição e a recuperação de dados das caixas pretas. As informações poderiam ser transmitidas durante o voo.
Airbus
O representante da francesa Airbus, fabricante da aeronave, Yannick Malinge, disse que, por causa da medição divergente de velocidade, a empresa recomendou a substituição das sondas dos aviões. O vice-presidente da Air France, Bertrand Lebel, afirmou que a empresa também adotou como procedimento obrigatório, após o acidente, a comunicação em tempo real das mensagens de manutenção.
A diretora-geral da Air France no Brasil, Isabelle Birem, disse que a empresa ofereceu uma antecipação de R$ 45,4 mil a todos os familiares de vítimas, mas está apoiando a iniciativa do Ministério da Justiça de criar um programa de indenização para o acidente. Segundo ela, o processo judicial comum poderia levar cerca de 13 anos.
Aeroportos brasileiros
Em relação à segurança de voo, o diretor-geral do Departamento de Controle do Espaço Aéreo, tenente-brigadeiro-do-ar Ramon Cardoso, disse que a preocupação hoje é com a infraestrutura de atendimento aos passageiros nos aeroportos, principalmente se for levada em conta a realização da Copa de 2014 e das Olimpíadas do Rio em 2016.
Cardoso explicou que o controle do voo sobre o oceano é feito por voz e não por radar. Mas, para aperfeiçoar o sistema, a comunicação por voz está sendo substituída pela comunicação por dados.
O diretor-presidente do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias, José Márcio Mollo, informou que em novembro a entidade vai divulgar um relatório sobre a situação dos aeroportos das 12 cidades escolhidas para sedes da Copa.
Falta pessoal
O representante do Sindicato Nacional dos Aeroviários Paulo de Tarso Gonçalves Junior disse que o sindicato está preocupado com a crescente automação das aeronaves e a necessidade de atualização constante não só dos pilotos, mas do pessoal de terra. Ele disse que o setor enfrenta falta de mecânicos, engenheiros e pilotos. Gonçalves Junior reclamou ainda que a legislação não prevê um número mínimo de mecânicos por aeronave, o que sobrecarrega o pessoal atual.
Malinge, representante da Airbus, disse que o treinamento do pessoal é fundamental, mas ressaltou que a geração atual de aeronaves registra três vezes menos acidentes que a anterior.
O presidente da Comissão de Viação e Transportes, deputado Jaime Martins (PR-MG), informou que a comissão deverá fazer em breve uma audiência sobre a infraestrutura aeroportuária.