Campanha orienta população sobre a “doença do gato”
Considerada a micose subcutânea de maior ocorrência da América Latina, a esporotricose atinge, principalmente, indivíduos que residem em países de clima tropical e subtropical como o Brasil. Desde o final de década de 90 tem sido grande a ocorrência da doença em animais, especialmente em gatos. Preocupada com a sua proliferação, a Sociedade Brasileira de Dermatologia lançou uma campanha para esclarecimento e conscientização da população sobre prevenção e diagnóstico.
– No Rio Grande do Sul, a região litorânea apresenta um número significativo de casos e, em menor escala, também são encontrados registros na região central e oeste do estado – comenta a secretária científica da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Secção RS, Vanessa Santos Cunha.
A esporotricose é conhecida popularmente como a “doença do gato” e trata-se de uma micose causada por um fungo que está presente no solo, palha, vegetais, espinhos e madeira. Além de atingir os seres humanos, também afeta animais silvestres e domésticos.
– Enquanto os cachorros adquirem uma forma de baixa virulência, semelhante à dos humanos, os gatos geralmente adquirem uma forma grave e disseminada da doença – explica a coordenadora do Departamento de Micologia da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Regina Casz Shechtman.
Nos seres humanos, a doença pode ser percebida através dos sintomas como nódulos dolorosos, similares à picada de inseto; lesões com cores vermelha, rosa ou roxa e surgimento de nódulos no dedo, na mão ou no braço. Em animais, também são comuns o surgimento de nódulos, úlceras, lesões mucosas e sinais respiratórios.
A doença tem cura, porém, ela é mais grave em pessoas com imunidade baixa. Desta forma, há necessidade de iniciar o tratamento o mais cedo possível, visto que ele pode chegar a um ano, dependendo da gravidade do caso.
As entidades reforçam a necessidade de procurar um médico dermatologista para realizar o diagnóstico e o tratamento mais indicado para cada paciente.
Francine Malessa