Canetas emagrecedoras: Anvisa impõe nova regra

As canetas emagrecedoras agora exigirão um controle mais rígido para sua comercialização em todo o território nacional. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou por unanimidade, em decisão tomada…
Canetas emagrecedoras
Foto: © Marcelo Camargo/Agência Brasil

As canetas emagrecedoras agora exigirão um controle mais rígido para sua comercialização em todo o território nacional.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou por unanimidade, em decisão tomada durante reunião da diretoria colegiada nesta quarta-feira (16), a obrigatoriedade da retenção da receita médica para a venda de medicamentos como Ozempic, Saxenda e Wegovy, amplamente utilizados no tratamento da obesidade e na busca por emagrecimento rápido.

Até então, bastava apresentar o receituário para adquirir os fármacos. Com a nova regra, as farmácias serão obrigadas a reter a receita no momento da venda, tornando o processo semelhante ao de medicamentos controlados.

O objetivo, segundo a agência, é reforçar o controle sobre o uso dessas substâncias e evitar o crescente consumo indiscriminado que pode comprometer a saúde pública.

A medida foi apoiada por unanimidade pelos diretores da Anvisa, que consideraram o novo protocolo como essencial para garantir o uso racional dos chamados agonistas de GLP-1, nome técnico das canetas emagrecedoras, cuja popularidade cresceu vertiginosamente nos últimos meses.

Especialistas e entidades médicas, como a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia e a Sociedade Brasileira de Diabetes, já vinham alertando para os riscos do uso sem indicação e acompanhamento médico.

Em carta aberta publicada no final de 2023, ambas defenderam fortemente a retenção do receituário como forma de proteger os pacientes que realmente dependem desse tratamento para controlar doenças metabólicas.

De acordo com profissionais da saúde, o uso inadequado desses medicamentos, sem prescrição ou com dosagens erradas, pode desencadear efeitos colaterais significativos como náuseas, inchaço abdominal, constipação intestinal, diarreia, além de potencializar transtornos psicológicos e alimentares preexistentes.

Canetas emagrecedoras

O uso dessas canetas sem supervisão médica tem gerado debates intensos entre os profissionais da saúde, que denunciam a banalização dos remédios como solução estética para emagrecimento rápido.

A nova norma da Anvisa chega para conter essa escalada de consumo irresponsável e garantir que os tratamentos cheguem a quem realmente necessita, dentro de um contexto clínico adequado e seguro.

A expectativa é que, com a obrigatoriedade da retenção da receita, haja uma redução no uso abusivo e um aumento na conscientização da população quanto aos riscos associados ao uso não supervisionado desses medicamentos.

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