Capão da Canoa: criminosos usavam fotos de adolescentes no golpe dos nudes
Golpe dos nudes: a Polícia Civil do Rio Grande do Sul realizou, na manhã desta quinta-feira (12), a Operação Hunter para desarticular uma quadrilha de extorsão que causou prejuízo superior a R$ 2,4 milhões.
A ação foi deflagrada em Capão da Canoa e outros 14 municípios, com a prisão de oito suspeitos até as 8h30min.
A investigação, que durou nove meses, revelou a participação de 35 indivíduos no esquema.
De acordo com o delegado Eduardo Amaral, responsável pelo caso, 12 criminosos captavam e extorquiam vítimas, enquanto 23 cediam suas contas bancárias para movimentar os valores obtidos com os golpes.
— A liderança estruturou uma rede de contas bancárias devido aos sucessivos bloqueios sofridos por conta da alta movimentação financeira — explicou o delegado.
Como Funcionava o Golpe
O delegado Amaral detalhou o modo de operação da quadrilha. Segundo ele, os criminosos utilizavam perfis falsos de adolescentes para atrair vítimas pelas redes sociais.
Após o contato inicial, a conversa migrava para o WhatsApp, onde os golpistas se passavam por delegados de polícia e iniciavam a extorsão.
— Durante as conversas, eles estimulavam a troca de conteúdos íntimos. Para isso, adolescentes eram contatados e vendiam suas fotos para a quadrilha, que as utilizava nos perfis falsos e nas mensagens — destacou Amaral.
O esquema sofisticado possibilitou o desvio de milhões e prejudicou diversas vítimas que, coagidas, transferiram dinheiro para as contas bancárias fornecidas pelos membros da quadrilha.
A Operação Hunter
Ao todo, a Operação Hunter cumpre 12 mandados de prisão e 42 de busca e apreensão em 15 municípios do Rio Grande do Sul. As cidades-alvo da ação incluem:
- Capão da Canoa
- Gravataí
- Cachoeirinha
- Campo Bom
- Canoas
- Estância Velha
- Glorinha
- Novo Hamburgo
- Porto Alegre
- Montenegro
- São Jerônimo
- São Leopoldo
- Sapiranga
- Sapucaia do Sul
Com a operação, a Polícia Civil busca desarticular completamente a rede criminosa e garantir que os responsáveis sejam levados à justiça.
O esquema revelou a atuação coordenada dos criminosos, que adaptavam suas práticas para driblar bloqueios bancários e manter a operação em funcionamento.
— Essa é uma ação contundente contra criminosos que exploram a vulnerabilidade de adolescentes e a ingenuidade das vítimas para obter lucro.
A polícia continuará trabalhando para que esse tipo de crime seja combatido com rigor — concluiu o delegado Eduardo Amaral.
Impacto e Continuidade
A Operação Hunter representa um importante passo na luta contra fraudes digitais no estado do Rio Grande do Sul.
O uso de fotos de adolescentes e a falsificação de identidade de autoridades policiais tornam o golpe ainda mais grave, colocando em evidência a necessidade de educação digital e proteção de dados.
A polícia recomenda que vítimas de golpes semelhantes procurem as autoridades e denunciem imediatamente.
Para isso, o contato pode ser feito diretamente com as delegacias locais ou através dos canais oficiais da Polícia Civil.
Com o desdobramento da operação, a expectativa é de que mais envolvidos sejam identificados e presos, desmantelando por completo a quadrilha especializada no golpe dos nudes.
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