Carlota Joaquina e o quinto dos infernos
Esta emblemática sentença é atribuída a Dona Carlota Joaquina Teresa Caetana de Bourbon e Bourbon, ou simplesmente, Carlota Joaquina, mulher de D. João VI e mãe do Imperador Dom Pedro I, ao deixar definitivamente as terras brasileiras e retornar a Portugal.
Soubesse ela que o vaticínio contido nas suas palavras de desprezo pela pátria tupiniquim jamais fora tão acertado, certamente enriqueceria em terras europeias através do oráculo.
As guaiacas do erário nacional sempre foram estupradas pelos agentes públicos e políticos corrompidos pelo poder de compra do crime organizado travestido em “respeitáveis” empresários. O mensalão não fora o início de tudo. A quadrilha dos sanguessugas, os anões do orçamento e quantos mais que a nossa memória não alcança já caíram no esquecimento coletivo. A imprensa, sim, ganhou ousadia e coragem para agir como exige o seu corolário: informar tudo de todos.
O crime da hora é a ligação do justiceiro(?) do congresso, o defensor mor(?) da ética e da moral, o senador goiano Demóstenes Torres com Carlinhos Cachoeira. Demóstenes foi acusado de mentir aos colegas, receber vantagens indevidas e usar o cargo para defender interesses do bicheiro.
Por 56 votos “sim”, dezenove “não” e cinco abstenções, o senador goiano viu cassado seus direitos. Impedido pela Lei da Ficha Limpa de concorrer até 2027, Demóstenes é página virada, descartada do folhetim da política brasileira. É provável que o Senado não fique melhor com a saída de Demóstenes Torres, mas é certo que ficaria bem pior se ele tivesse sido absolvido, apesar da “ficha cadastral” de seu suplente, Pedro Wilder de Morais. O irônico na história toda é o fato de Wilder ter sido casado com a atual mulher de Carlinhos Cachoeira.
Esse “arranjo” leva-nos a conjectura tipo “Olha, eu fico com a tua mulher em troca de um cargo político.”
O que esperar de um suplente com essa “biografia”?