Carta do leitor
Hoje teria muitos assuntos para falar, poderia iniciar falando das críticas fortes que Senhor Leandro Marques fez em relação à coluna. Poderia ser diferente? Eu mostro algumas coisas que no meu ponto de vista estão erradas, mas que divergem da opinião dele, por uma razão óbvia.
Como eu conseguiria agradar esta pessoa, que trabalha como CC (cargo de confiança), e milita pelo partido que governa o município?
Na faculdade aprendi, colunista que não incomoda os governantes e não fala algumas verdades, não deve nem escrever. Seria muito cômodo vir aqui e falar que tudo está um paraíso, as coisas seriam bem mais fáceis para mim.
Se você acompanha a coluna há algum tempo, já viu que muitas vezes elogiei o atual governo e outras tantas o critiquei. Esta é a função de um colunista, e agradando ou não, a seguirei fazendo.
Mas, admiro o Senhor Leandro Marques, ele vem, bota a cara e dá sua opinião, não se esconde atrás de nada, mostra coragem e defende sua bandeira, faz o seu papel em um ano eleitoral.
Por outro lado, um comentário de Cristiano Sanches, disse que eu critico o atual governo, pois já viu um adesivo do PP, no carro do meu pai, há alguns anos atrás. Este comentário eu poderia ignorar, pois o mesmo, diferente do Sr. Leandro, não tem peso, usa um e-mail inválido e um nome provavelmente inventado.
Mas tudo bem, nem todos tem a coragem do Senhor Leandro. A informação é inverídica e mesmo que fosse verdade, não seria eu, obrigado a seguir, os passos de meu pai, fosse assim, a Luciana Genro, estaria até hoje no PT.
Só uma observação, mesmo o e-mail sendo inventado, há ainda o IP da mensagem, que possibilita a identificação do usuário, caso seja necessário.
Mas mudando de assunto, já que escrevi demais. Hoje a coluna publicará um texto de uma leitora, que o enviou por e-mail. É um texto que aborda a cidade de Osório em seu ponto de vista, para preservar a autora de possíveis ataques pessoais, me permito não divulgar o seu nome.
Segue abaixo o texto:
“Estou ficando preocupada com minha cidade. Parece que está se transformando em um museu.
Concordo que precisamos lembrar do nosso passado, que os jovens devem saber das nossas origens, mas não devemos esquecer que também temos que fazer historia para que nossos jovens amanhã adultos, possam também mostrar o que criaram e como viveram, não apenas de recordação. Tudo é muito rápido e muda diariamente, não podemos parar no tempo e só relembrar o passado. Nós somos hoje o que plantamos ontem e se vivermos olhando para o passado, não viveremos o presente e não termos futuros para mostrar, nos perderão no tempo.
Um exemplo é a área utilizada para a construção do museu. Uma área nobre no centro que poderia ser utilizada para construção de um Shopping ou uma grande loja de departamentos, com praça de alimentação, cinema, que geraria muitos empregos e teríamos, tantos os jovens quantos os adultos, um local para lazer. Falta emprego para a população de Osório. Concordo que fosse feito um míni museu contando a nossa historia como é feito em outras cidades, mas não utilizar uma área nobre e em tamanho natural.
Temos uma boa rede de ensino, inclusive uma Faculdade, mas onde vamos colocar estes jovens todos? Não surgem empresas para dar acolhimento a esta mão de obra e os jovens, sem perspectiva, vão para o caminho da droga. Mente sem ocupação é terreno fértil para o desvio do caminho da produtividade. Não tendo onde usar suas ansiedades irá tentar encontrar subterfúgio para suas angustias e insatisfações. Alguns têm a chance de sair daqui e ir em busca de seus sonhos em outras cidades. Porém acredito que o poder público tem obrigação de se preocupar em dar condições de seus munícipes terem onde buscar seu sustento.
Olhando nosso centro, verifica-se que temos uma praça na frente da igreja onde se pode parar e sentar para tomar chimarrão e bater papo, mas e se chove? Onde podemos ir? Ainda perto dali temos também a Praça das Carretas aparelhada para alguns esportes quando o tempo permite.
Tem o Largo os Estudantes onde se realizam alguns eventos musicais que os jovens podem assistir e outros locais para dançarem, mas onde trabalhar?
Muitas pessoas costumam caminhar diariamente entre as quais me incluo. O local que costumava fazer isto era na Vila Olímpica, mas atualmente a pista ao redor do campo de futebol está totalmente abandonada, impossibilitando que a utilizamos. O mato e os buracos tomaram conta. Um local tão bonito e com tanto espaço é pouco utilizado. Vejo que alguns times de futebol treinam nele, mas com as mínimas condições de utilização, tanto pela grama como pela falta de cuidado em geral.
O que está faltando na nossa cidade? Vibração e vontade de tornar uma cidade alegre e produtiva. Com expectativa para nossos jovens produzirem para fazerem parte da historia de uma cidade participativa.
Bons restaurantes no final de semana? Não temos. Um restaurante com uma bela paisagem e com comida diferenciada? Não temos. Local para a construção sim, o morro e nossa lagoa. Deveríamos ter orgulho da localização da nossa cidade e torná-la convidativa para que os milhares de veranistas que passam tanto pela BR 101 ou a Estrada do Mar se sentissem atraídos em chegar e aproveitar também suas belezas. Ficamos no meio dos congestionamentos sem que ninguém pense em para aqui para descansar.
Sinto minha cidade sufocada com medo de dar o grito de liberdade, com um centro cada vez mais congestionado por carros e por lojas de roupa e calçados e farmácias. Nada diferente acontece ou surge.
A única coisa que está cada vez mais se proliferando é o uso de drogas, principalmente o crack.
O que mudou com a Eólica? Como pode ajudar a cidade a melhorar?
Perguntas e questionamentos que faço. Respostas? Ainda não tive..”
Devido a aproximação do período eleitoral só serão postados comentários, com teor polêmico, após confirmação de autoria, em e-mail indicado pelo internauta.