Casa noturna do RS é condenada por transfobia: entenda o caso

Casa noturna e condenação por transfobia Justiça condena casa noturna por transfobia em Porto Alegre após um homem trans ser impedido de usar o banheiro masculino durante um evento, em…
Casa noturna
Foto: IA/Meramente ilustrativa

Casa noturna e condenação por transfobia

Justiça condena casa noturna por transfobia em Porto Alegre após um homem trans ser impedido de usar o banheiro masculino durante um evento, em agosto de 2023.

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O episódio, reconhecido judicialmente como discriminação, resultou em uma indenização de R$ 10 mil por danos morais, conforme decisão proferida em 28 de setembro pela 4ª Vara Cível do Foro Central da capital gaúcha.

Ainda cabe recurso.

Entenda o caso

O homem trans, que teve sua identidade preservada, relatou que foi impedido por seguranças de acessar o banheiro masculino.

Mesmo após explicar que era um homem trans, ele teve a entrada negada e foi instruído a usar outro banheiro, localizado em outro andar.

“Eu me senti desolado porque nunca tinha passado por isso. Era uma necessidade básica”, contou à reportagem. “Foi aí que entendi que estava passando por um episódio de transfobia.”

No dia seguinte, o jovem publicou o relato nas redes sociais.

O caso chegou à ONG Igualdade, que presta apoio jurídico a pessoas trans e travestis, auxiliando no registro da ocorrência policial e na ação judicial subsequente.

Defesa do estabelecimento nega discriminação

Em sua defesa, o estabelecimento afirmou que não praticou transfobia e que apenas orientou o cliente a utilizar o banheiro masculino localizado no andar superior.

Segundo a casa, os banheiros do térreo foram destinados exclusivamente a mulheres devido ao perfil majoritariamente feminino do público.

Juíza reconhece transfobia e destaca direito à identidade de gênero

Na decisão, a juíza Silvia Maria Pires Tedesco destacou que as provas e os depoimentos confirmaram a versão da vítima.

Segundo ela, as testemunhas do bar apresentaram relatos “evasivos e contraditórios”, enquanto o jovem relatou de forma “coerente e detalhada” o constrangimento sofrido.

Para a magistrada, impedir uma pessoa trans de usar o banheiro correspondente à sua identidade de gênero viola direitos fundamentais e configura tratamento “discriminatório e vexatório”.

“Configura-se transfobia todo e qualquer tipo de preconceito, aversão, rejeição ou discriminação de pessoas transexuais, de forma explícita ou velada”, escreveu a juíza na sentença.

Vítima celebra decisão

Após o julgamento, o jovem afirmou sentir alívio com o reconhecimento judicial:

“Finalmente foi feita justiça. Eu sentia que minha dor estava sendo minimizada. Agora, espero que isso sirva para que outras pessoas não passem pelo que eu passei.”

O que diz a casa noturna

Informamos que acompanhamos o processo e só nos manifestaremos publicamente após o trânsito em julgado.

Ao longo da nossa história, sempre defendemos e valorizamos a diversidade, que é parte fundamental da nossa identidade. Nos orgulhamos em ser um espaço seguro para manifestações culturais, sociais e artísticas das mais variadas origens.

Reafirmamos aqui o nosso compromisso permanente no combate a qualquer forma de preconceito, intolerância ou discriminação.

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Amanda da Silveira Ferrari é estudante de Jornalismo pela UNISINOS, com experiência em produção de conteúdo, jornalismo de dados e comunicação pública.

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