Caso de envenenamento no bolo de Torres tem ligação com morte ocorrida meses antes
O caso do bolo de Natal contaminado, que chocou Torres ao causar a morte de três pessoas em dezembro, ganhou um novo e sombrio capítulo.
Investigações recentes confirmaram que o sogro de Deise Moura dos Anjos, principal suspeita do crime, também foi envenenado meses antes, em setembro, em Arroio do Sal.
Paulo Luiz dos Anjos, que morreu no dia 2 de setembro, teve o corpo exumado na última quarta-feira, no Cemitério São Vicente, em Canoas.
Laudos periciais indicaram a presença de arsênico em seu cadáver, o mesmo químico letal detectado nas vítimas do bolo consumido em 23 de dezembro.
A exumação ocorreu após a Polícia Civil levantar suspeitas sobre a morte de Paulo.
Segundo familiares, ele apresentou vômitos e diarreia severa após consumir alimentos trazidos pela nora, como bananas e leite em pó.
Na época, a família acreditou que a causa fosse uma intoxicação alimentar provocada por frutas contaminadas em uma enchente.
Deise Moura dos Anjos já estava sob investigação pelo envenenamento do bolo de Natal que resultou na morte de três pessoas e hospitalizou outras após um almoço comemorativo.
Agora, as autoridades trabalham com a hipótese de que ela tenha usado arsênico em ao menos dois crimes, ambos envolvendo pessoas próximas.
O Instituto-Geral de Perícias (IGP) ainda não emitiu um posicionamento oficial sobre os resultados da exumação. No entanto, representantes da Polícia Civil confirmaram a presença de arsênico nos restos mortais de Paulo.
A similaridade dos sintomas entre as duas tragédias e a ligação direta com Deise Moura reforçam as suspeitas de envenenamento intencional.
Investigações continuam para determinar a extensão dos crimes e o envolvimento da suspeita em outros possíveis casos.
A descoberta de arsênico no corpo do sogro amplia o impacto deste caso já considerado um dos mais chocantes da história recente do Litoral Norte, reforçando o alerta para crimes que ocorrem dentro do círculo familiar.