Bolo está sob análise.
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Caso do bolo: encontro de idosas cancelado evitou tragédia ainda maior

A farinha contaminada com arsênio — substância conhecida como veneno — seria usada para preparar bolos em um encontro de idosas em Arroio do Sal, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul.

O evento, porém, foi cancelado por falta de consenso entre as participantes. A mesma farinha foi posteriormente utilizada no preparo do bolo que causou a morte de três pessoas de uma mesma família em Torres, em 23 de dezembro.

Desavença Familiar e Tragédia

Zeli Teresinha dos Anjos, de 61 anos, responsável pelo bolo natalino, utilizou a farinha sem saber que estava contaminada.

Ela fazia parte de um grupo de idosas que havia planejado o encontro cancelado. A delegada regional Sabrina Deffente destacou que o cancelamento evitou uma tragédia ainda maior:

— Felizmente, o encontro não aconteceu porque algumas senhoras não conseguiram combinar um horário. Essa farinha contaminada acabou sendo usada no bolo da família, mostrando a gravidade e irresponsabilidade da suspeita.

A investigação aponta que a nora de Zeli, envenenou a farinha em razão de uma briga familiar que já durava duas décadas.

A perícia confirmou a presença de arsênio na farinha, que foi adquirida pela internet após diversas pesquisas sobre o veneno.

Exumação e Novos Fatos

Com a suspeita recaindo sobre a nora, a Polícia Civil exumou o corpo de Paulo Luiz dos Anjos, marido de Zeli, falecido em setembro de 2024, com causa inicial atribuída a uma intoxicação alimentar.

A análise pericial confirmou que a morte também foi causada por arsênio, levantando a hipótese de que o veneno foi misturado ao leite em pó consumido por Paulo.

Mortes e Internações

Além de Zeli, seis pessoas da família consumiram o bolo contaminado. Três delas faleceram: Neuza Denize Silva dos Anjos, de 65 anos, Maida Berenice Flores da Silva, de 59 anos, e Tatiana Denize Silva dos Anjos, de 47 anos.

Um menino de 10 anos e outros dois adultos precisaram de atendimento médico. Uma sétima pessoa presente na reunião não chegou a ingerir o bolo.

Prisão e Acusações

A nora foi presa no dia 5 de janeiro e está detida no Presídio Estadual Feminino de Torres.

Ela é investigada por triplo homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e uso de veneno, além de tentativa de homicídio contra três outros familiares.

Defesa

A defesa da mulher afirmou que as alegações divulgadas pela polícia ainda não foram judicializadas e aguardam análise detalhada dos documentos e provas para um posicionamento oficial.

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