Caso Návia Regina: após 2 dias, júri condena quatro acusados em Tramandaí
Caso Návia Regina: Tentativa de homicídio da cabeleireira Návia Regina Christan finalmente teve um desfecho no tribunal, após dois dias de julgamento intenso, em Tramandaí.
O caso, que chocou a população em 2017, envolve detalhes macabros e ligações familiares que só reforçam a brutalidade do crime.
Por volta das 21 horas, o júri popular anunciou a sentença dos quatro réus acusados de planejar e executar o ataque que deixou a vítima com sequelas físicas e cognitivas permanentes.
O crime ocorreu em 2017, quando Návia Regina Christan estava em casa e teve sua residência invadida por um homem armado.
Durante a ação, ela foi atingida por um disparo no rosto, o que a deixou com graves consequências para o resto da vida. A violência do ataque foi tamanha que, mesmo sobrevivendo, ela passou a conviver com limitações irreversíveis.
Penas
Silvana Cristan – 18 anos de reclusão em regime fechado. Em razão do quadro clínico da ré, foi mantida a prisão domiciliar dela.
Joares Antonio Pellinson – 16 anos de reclusão em regime fechado. Não poderá recorrer em liberdade.
Rosane de Lima Araújo – 11 anos, 10 meses e 7 dias de reclusão em regime fechado. Foi decretada a prisão da ré, que já se encontra recolhida ao sistema prisional por outro processo.
Ismael Luiz Santos Soares – 17 anos, 9 meses e 10 dias de reclusão em regime fechado. Não poderá recorrer em liberdade.
Caso Návia Regina
No entanto, o terror não parou por aí. Apenas um ano após essa tentativa de homicídio cruel, Návia foi brutalmente executada dentro do próprio salão de beleza, localizado no centro da cidade.
O assassinato foi mais um capítulo trágico na história que começou com a invasão de sua casa.
Silvana, Joares e Rosane respondem pelo homicídio em outro processo criminal, no qual foram pronunciados e deverão ser julgados em outro júri, ainda sem data definida (a ação está tramitando em fase recursal). Dois homens acusados de executar o crime já foram julgados e condenados em 2022.
Nesta sexta-feira (28), o Conselho de Sentença decidiu o destino dos acusados, entre eles Silvana Cristan, irmã da vítima.
Os demais réus também foram responsabilizados pelo atentado inicial, demonstrando que o crime foi premeditado e articulado com frieza.
A condenação é simbólica não apenas por fazer justiça à vítima, mas também por lançar luz sobre os casos de violência contra a mulher que envolvem pessoas próximas.
A sociedade acompanhou com atenção o desenrolar do julgamento, que se arrastava há anos sem uma resolução definitiva.
O tribunal entendeu que os réus atuaram de forma coordenada, visando eliminar Návia desde o primeiro ataque.
A tentativa de homicídio, seguida da execução no salão, revelou um plano cruel e persistente.
O caso também destaca falhas no sistema de proteção às vítimas, já que Návia continuou exposta até ser morta.