Caso Tairone Silva: ex-policial militar condenado por assassinar o jovem boxeador em 2011, no município de Osório, no Litoral Norte, foi preso após mais de trinta dias foragido.
Alexandre Camargo Abe, ex-integrante da Brigada Militar do Rio Grande do Sul, apresentou-se no último sábado (7) no Presídio Policial Militar de Porto Alegre, onde permanece detido.
Abe foi sentenciado a 18 anos de prisão por homicídio duplamente qualificado.
Caso Tairone Silva
A vítima, Tairone Silva, tinha apenas 17 anos e era considerado uma promissora revelação do boxe gaúcho.
O crime que comoveu a cidade aconteceu quando o adolescente passava em frente à casa do PM, que, segundo o Ministério Público, sacou uma arma e atirou contra ele.
A tragédia gerou comoção pública e mobilizações locais, com faixas de protesto em frente ao fórum de Osório na época do julgamento, em 2019.
De acordo com a denúncia, Abe foi expulso da corporação após o crime.
O Ministério Público descreveu que, ao chamar Tairone na rua e não obter resposta, o ex-policial o seguiu pela calçada e efetuou dois disparos com uma pistola Taurus, ceifando a vida do jovem.
Apesar de sua pena prever cumprimento em estabelecimento penal comum, a defesa do ex-brigadiano alegou risco à sua integridade física, caso fosse mantido junto a presos comuns, incluindo integrantes de facções criminosas.
Por esse motivo, Alexandre Abe optou por se apresentar diretamente no presídio militar, onde a direção teria sinalizado que poderia recebê-lo.
Segundo a defesa, há precedentes semelhantes na unidade prisional.
O advogado de Abe, Rodrigo Grecellé, comunicou que o processo de apelação está em curso no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Eles também afirmaram que, durante o período em que o réu esteve foragido, a Justiça não analisou o pedido de transferência de presídio, o que motivou a obtenção de um ofício da administração da unidade militar confirmando a possibilidade de recebê-lo provisoriamente.
No entanto, a decisão de encarcerar Abe em presídio militar, mesmo sem autorização judicial formalizada, gerou questionamentos por parte da família da vítima.