Casos de bebidas falsificadas no litoral e na serra do RS causa preocupação
Casos de falsificação de bebidas no litoral e na serra do Rio Grande do Sul estão em ascensão, despertando alerta entre consumidores e órgãos de fiscalização.
Em um período de 10 meses, três ocorrências foram registradas na região da Serra, refletindo um aumento preocupante do mercado criminoso.
De acordo com o Anuário da Falsificação, elaborado pela Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF), o setor sofreu um prejuízo total de R$ 78,5 bilhões entre janeiro de 2023 e janeiro de 2024 em nível nacional, com São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul como os estados mais afetados.
Os números incluem perdas decorrentes de falsificação, sonegação, contrabando e concorrência desleal, totalizando um impacto de R$ 414 bilhões na economia nacional.
Os setores mais atingidos variam desde combustíveis, vestuário e defensivos agrícolas até autopeças, cigarros e brinquedos, evidenciando o alcance abrangente da falsificação no Brasil.
No mercado de bebidas, especificamente, foram contabilizadas 385 operações policiais em todo o país no período do levantamento, sendo três delas na Serra Gaúcha, entre novembro do ano passado e agosto deste ano.
Em uma das ações, realizada em novembro, a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Passo Fundo apreendeu mais de mil garrafas de cerveja adulteradas em São Jorge e Paraí, com mandados também em Lagoa Vermelha, Veranópolis e Guabijú.
Em outro caso, registrado em agosto deste ano em Bento Gonçalves, um químico que atuava há três décadas na falsificação de destilados foi preso.
Ele vendia bebidas em garrafas reutilizadas com novos rótulos e lacres. Ainda em abril, em Farroupilha, uma fábrica clandestina foi interditada após a Polícia Civil descobrir a produção irregular de bebidas e destilados.
No local, o líquido era engarrafado e recebia rótulos falsificados de marcas renomadas, com condições de produção inadequadas.
Segundo o delegado Ederson Bilhan, que na época investigou o caso, a prática era evidente: “O suspeito aplicava uma bebida qualquer e colava o rótulo de uma marca famosa na garrafa, em condições nada apropriadas”, relatou.
As investigações ainda indicam que parte da produção era destinada ao litoral, onde os produtos falsificados eram vendidos a preços abaixo do mercado. Em alguns casos, consumidores, mesmo cientes da adulteração, compravam para “ostentar”.
Dicas para Identificar Bebidas Falsificadas
O coordenador do Procon em Caxias do Sul, Jair Zauza, oferece dicas para ajudar consumidores a evitar fraudes ao adquirir bebidas:
- Preço: Desconfie de valores muito abaixo do mercado.
- Fornecedores confiáveis: Prefira estabelecimentos renomados.
- Selo IPI: Verifique se o produto tem o selo do Imposto sobre Produtos Industrializados, obrigatório no Brasil.
- Rótulos e design: Erros de ortografia, gramática ou design podem indicar falsificação.
- Condições do rótulo: Rótulos em português e em bom estado são requisitos. Evite produtos com rótulos desgastados, rasgados ou amassados.
Essas orientações ajudam a evitar riscos à saúde e a apoiar a economia legal, combatendo o mercado clandestino que afeta milhares de consumidores e empresas no país.
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