Catequista, verdadeiro missionário – Por Dom Jaime Pedro Kohl
O último domingo do mês vocacional, o dedicamos aos catequistas.
Antigamente, as crianças vinham para a catequese iniciadas nas práticas cristãs. Hoje, não sabem sequer o sinal da cruz.
A catequese é a alma da evangelização, pois para crer precisa ter ouvido falar, ter um conhecimento mínimo de Jesus e de sua proposta de vida.
Como esclarece o Diretório Nacional de Catequese: “O catequista é um autêntico profeta, pois pronuncia a Palavra de Deus, na força do Espírito Santo. Fiel a pedagogia divina, a catequese ilumina e revela o sentido da vida”.
Portanto, é um ministério importante que exige preparação. Não basta a boa vontade para ser catequista. Não se pode fazer catequese como há 50 anos atrás. Embora os conteúdos essenciais sejam os mesmos, as formas de apresentá-los devem ser diferentes.
Muito mais que passar conteúdos, a missão do catequista consiste no ensinar a viver, ajudar as pessoas a encontrarem um sentido para sua vida, a descobrirem sua vocação e ser introduzidas no Mistério de salvação. Não é tudo isso coisa bonita e nobre?
Muita coisa boa está sendo feita. Muitas são as tentativas de buscar novas metodologias e formas de passar os conteúdos da fé, oportunizando um encontro gostoso, ajudando a experimentar Deus, a encontrar Jesus.
O partir da Palavra de Deus já é um bom sinal. Muito resta a fazer para que ela se torne sempre mais fonte inspiradora e iluminadora do cotidiano na vida das pessoas. Pressentimos que algo novo e bom vai acontecer.
Queridos pais, não tratem com desdém a catequese dos vossos filhos, não esqueçam que vocês são os primeiros catequistas. Ainda sonho com a possibilidade de um dia serem vocês a preparar vossos filhos aos sacramentos.
A todos os catequistas minha gratidão e prece pelo precioso serviço prestado em nossas comunidades. Exorto-vos a aperfeiçoarem vossa formação.
Sem uma catequese séria e profunda não há verdadeira evangelização e iniciação cristã. Uma catequese vivencial, a partir da Palavra de Deus, cria gosto pela religião, vínculo com a comunidade, sentido de pertença, consciência crítica e pessoas abertas a Deus, aos irmãos: homens e mulheres novas.
É sempre bonito perceber a existência de muitos jovens bons e dóceis à proposta de Jesus.
Alguém afirmava: “A semente que o catequista planta, pode não dar frutos amanhã, mas, se bem plantada, dará frutos algum dia”.
Ser catequista é ser semeador, é ser missionário, é servir esperando só de Deus a recompensa.
Dom Jaime Pedro Kohl – Bispo de Osório – domjaimep@terra.com.br