Um cemitério funcionava como depósito de drogas no RS, revelando a audácia e a criatividade de criminosos na cidade de Taquara, no Vale do Paranhana.
Uma operação minuciosa da Polícia Civil, deflagrada nesta sexta-feira (23), desarticulou um engenhoso esquema de tráfico de entorpecentes que utilizava o local sagrado como esconderijo para o abastecimento do varejo.
A ação pegou a todos de surpresa e trouxe à tona a constante adaptação do crime organizado.
A Operação Sepultura e as Prisões Inesperadas
A investida policial, batizada de “Operação Sepultura”, foi um sucesso retumbante, culminando na prisão de três indivíduos envolvidos no esquema.
Dois homens foram detidos em flagrante, diretamente ligados ao tráfico de drogas, enquanto um terceiro foi pego por posse de entorpecentes, evidenciando a amplitude da rede criminosa.
Além das prisões estratégicas, a operação cumpriu mandados de busca e apreensão em quatro endereços distintos que estavam diretamente vinculados à gangue.
O resultado do trabalho minucioso da Polícia Civil e o apoio da Brigada Militar e da Delegacia de Polícia Civil de Rolante foram impressionantes: grande quantidade de porções de droga prontas para a venda, diversos celulares, um rádio HT (comunicador portátil), balanças de precisão, um carro utilizado nas entregas e considerável quantia em dinheiro em espécie foram apreendidos, desferindo um duro golpe nas finanças do grupo.
A Criatividade Criminosa e o Papel do Cemitério
A investigação, que teve início em março deste ano, revelou a peculiaridade e a ousadia da quadrilha.
O grupo criminoso, especializado em um serviço de tele-entrega de drogas, utilizava o cemitério da cidade não apenas como um ponto de passagem, mas como um verdadeiro centro de distribuição temporário para os itens ilícitos antes que chegassem aos consumidores finais.
O delegado Valeriano Garcia Neto, titular da Delegacia de Polícia de Taquara, expressou sua surpresa com a metodologia empregada:
“Chama atenção a criatividade dos criminosos, que estavam utilizando o cemitério da cidade como um entreposto, como um depósito temporário para armazenamento de drogas. A partir dali, eles retiravam essas drogas e fracionavam para venda no varejo”.
Essa declaração sublinha a natureza inovadora do esquema e a constante vigilância necessária por parte das autoridades para desvendar tais artimanhas.
A escolha de um local tão inusitado como um cemitério para fins criminosos levanta questões sobre a desfaçatez dos traficantes e a necessidade de as forças de segurança estarem sempre um passo à frente.
A “Operação Sepultura” é um lembrete contundente de que o crime não respeita limites, mas a polícia está atenta e atuante para desmantelar qualquer tentativa de organização criminosa.