Cemitérios no litoral são leiloados: entenda a mudança
Os cemitérios Católico e Ecumênico da Santa Casa do Rio Grande, localizados no Litoral Sul do Rio Grande do Sul, foram arrematados em um leilão judicial realizado nesta semana pelo valor de R$ 30 milhões.
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A medida integra o plano de recuperação judicial da instituição hospitalar, iniciado em 2022 para enfrentar uma crise financeira que soma mais de R$ 330 milhões em dívidas.
A venda foi autorizada pela 1ª Vara Cível de Rio Grande e incluiu, além dos cemitérios, crematórios, capelas mortuárias e contratos de operação.
A empresa arrematante é a PAF Solidun Gestão de Ativos SPE Ltda, sediada no Balneário Cassino.
O que vai acontecer com os túmulos já existentes
A notícia do leilão gerou preocupação entre os moradores de Rio Grande, especialmente sobre o futuro dos jazigos familiares já instalados nos cemitérios.
Em nota oficial, a Santa Casa esclareceu que os túmulos não foram vendidos e que os sepultamentos realizados continuam válidos.
“Cabe salientar que os jazigos já existentes, bem como todos os processos relacionados a eles, permanecem inalterados. Não houve ‘venda’ dos mesmos, mas sim uma mudança na gestão do espaço, que seguirá normalmente suas atividades e atendimentos”, informou a instituição.
Ou seja, a alteração é apenas administrativa, não afetando a propriedade ou validade dos contratos já firmados pelos familiares.
Como será a nova gestão dos cemitérios
Apesar da garantia de manutenção dos direitos adquiridos, moradores ainda têm dúvidas sobre possíveis mudanças em contratos futuros, reajustes e melhorias estruturais.
Especialistas em direito imobiliário explicam que, em casos como esse, a empresa que assume a gestão deve respeitar os contratos vigentes, podendo apenas modernizar processos e implantar novos regulamentos para futuros clientes.
Para onde vai o dinheiro do leilão
Segundo a Santa Casa de Rio Grande, os valores obtidos com a alienação dos cemitérios serão destinados à quitação das dívidas trabalhistas, o primeiro grupo de credores contemplados no plano de recuperação judicial.
O hospital afirma que os pagamentos aos trabalhadores devem começar ainda em outubro deste ano, com previsão de conclusão até fevereiro de 2026, seguindo o cronograma homologado pela Justiça.
Novos leilões estão programados
Os cemitérios não são os únicos bens da instituição a irem a leilão. Outros ativos também estão sendo negociados para reduzir o passivo:
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Hospital Psiquiátrico da Santa Casa: lance inicial de R$ 2,7 milhões (não arrematado em agosto, será novamente leiloado).
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Imóvel comercial na rua Marechal Floriano: vendido em agosto por R$ 367 mil.
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Veículos e sucatas: seis veículos e duas sucatas já foram arrematados por R$ 109.990,00.
A venda desses bens faz parte de uma estratégia emergencial da Santa Casa para manter suas atividades e garantir a continuidade do atendimento hospitalar à população.
Santa Casa em crise desde 2022
A Santa Casa do Rio Grande entrou em recuperação judicial em junho de 2022, após anos de dificuldades financeiras. Na época, a dívida da instituição era estimada em R$ 330 milhões, comprometendo salários, fornecedores e a própria manutenção dos serviços de saúde.
Com os leilões, a direção busca reerguer a instituição e preservar sua relevância histórica e social no município, onde atua há mais de um século.





















